Corpo saudável com quilinhos a menos
05 January 2015
Praia, sol, curtição e corpos a mostra. Essa parece ser a receita do verão brasileiro. O culto ao corpo sarado, com baixos índices de gordura corporal e musculatura bem definida, ganha cada vez mais adeptos em todas as partes do país. E para alcançar esses resultados, muitos passam horas na academia ou apelam para fórmulas milagrosas que prometem diminuir a silhueta em um curto espaço de tempo. Mas não se engane: o corpo humano tem dificuldade tanto para ganhar quanto para perder peso.
“Existem muitos mitos que envolvem a perda de peso. O principal deles é que perder peso é mais difícil do que ganhar. A resposta é não. Ambos são difíceis, mas ganhar peso é mais saboroso e menos restritivo. Pessoas que desejam ganhar peso também necessitam de bastante empenho para obter o resultado. Eu diria que até quem não deseja ganhar peso, necessita de bastante esforço para ganhá-lo”, avalia a Dra. Maria Creusa Rolim, Líder da equipe de Endocrinologia e Metabologia do Hospital Português.
De acordo com a especialista, a perda ou ganho de peso depende de uma equação simples: o balanceamento entre gasto e ganho de energia para obter o efeito de ganhar ou perder peso. “Como a maioria das pessoas consomem alimentos com alto teor calórico e dificilmente praticam atividade física ou possuem uma reserva muscular para um bom gasto basal de energia, elas tendem a acumular energia, que se transforma em gordura, resultando nos quilos a mais. Romper essa barreira para perda ou ganho de peso é sempre muito difícil”.
Como o dito “corpo perfeito” é uma premissa cada vez mais difundida na sociedade contemporânea, alguns se arriscam em busca desse suposto ideal de beleza, seguindo rotinas extenuantes de exercícios, utilizando drogas para emagrecer ou seguindo as chamadas dietas milagrosas. Contudo, a Dra. Maria Creusa alerta para a inexistência de métodos mirabolantes para perder peso. “Não existe ‘estou de dieta’, existe ‘mudei de ponto de vista’. Trabalho duro é o responsável por bons resultados. Como é de conhecimento comum: 90% transpiração e 10% de sorte. Perda de peso em excesso e rápido é doença”, alerta.
Para os que tentam justificar o acúmulo de gordura corporal como uma tendência natural, a endocrinologista explica que em geral não há uma predisposição de nascença para o excesso de peso – existem algumas doenças genéticas raras que geram obesidade de difícil manejo. “Contudo, na maioria dos casos, a tendência para o excesso de peso é educacional: educação errada, hábitos inadequados gerando ganho e dificuldade de administrar o peso”.
Mudança de hábitos
A simples mudança de hábito, incluindo uma alimentação mais balanceada, com a ingestão de legumes e frutas, aliada a prática de exercícios físicos regulares e a ingestão de bastante água, já resulta numa mudança significativa do corpo. Além disso, o paciente precisa compreender que magreza não necessariamente é sinônimo de saúde.
A especialista pontua que a realização de atividades físicas é fundamental para quem deseja manter o peso. A incorporação desse hábito na rotina será fundamental para o ganho muscular e para facilitar a perda dos quilinhos extras. E vale lembrar que a atividade física que se faz agora irá gerar frutos mais adiante, em três ou quatro anos. Desse modo, a musculatura corporal não se reduz e fica mais fácil manter o peso perdido. “Pratique hábitos saudáveis, coma bem, tenha horários para lazer, pratique uma atividade física que te dê prazer, se ame. É preciso praticar, sempre”, finaliza a Dra. Maria Creusa Rolim.