Sol na medida certa
05 January 2015
Expor o corpo ao sol na praia ou piscina para obter aquele bronzeado, praticar exercícios ao ar livre ou simplesmente passear durante um dia ensolarado, são formas comuns de lazer no verão. No hemisfério sul, essa estação acontece de dezembro a fevereiro, quando a Terra se encontra mais próxima do sol, com as maiores temperaturas do ano e, claro, os maiores índices de radiação. Por isso, esse período tão aguardado pelos brasileiros requer cuidados importantes com a pele. O Instituto Nacional do Câncer – INCA, alerta para um importante dado: o câncer de pele não melanoma é o de maior incidência no Brasil, tendo aproximadamente 182 mil novos casos estimados para 2015. Dr. André Bacellar, oncologista clínico do Centro de Oncologia do Hospital Português, explica que a radiação UV presente de forma intensa no verão, pode causar mutações no DNA das células da pele, que podem originar uma alteração nos genes e acabar causando o câncer de pele. “A radiação UV também afeta o sistema imunológico e, assim, dificulta a reação do organismo no combate a um possível começo de câncer”.
Logo, os cuidados com o sol no verão não devem se limitar ao uso de protetores com filtro. Apesar da exposição sem proteção ser o principal agente causador de problemas de pele nesse período, outras medidas preventivas não podem ser esquecidas: uso de óculos com fator de proteção, chapéus, sandálias e roupas leves, são alguns exemplos. Para quem faz uso de bronzeadores buscando conquistar a famosa cor dourada, é preciso atenção. Encontrados frequentemente no litoral brasileiro, com diversas essências e composições, eles põem a saúde em risco. “Esses produtos aceleram a entrada dos raios UVA e UVB na pele e aumentam os efeitos nocivos do sol”, informa o oncologista. Em contato com as camadas mais externas da pele, os raios ultravioletas do tipo B têm a capacidade de causar danos como queimaduras e vermelhidão. Já os raios do tipo A conseguem atingir partes mais internas e estão associados ao envelhecimento cutâneo e ao surgimento do melanoma – subtipo mais perigoso de câncer de pele.
Agora, se você pensa em fugir do sol recorrendo às câmaras artificiais de bronzeamento como solução, Dr. André Bacellar informa que este método também traz prejuízos à saúde. “Apesar de essas câmaras emitirem, em sua maior parte, raios solares do tipo UVA, sabemos que estes trazem sérios riscos ao penetrarem de forma mais intensa na pele e alterarem a estrutura de suas fibras. Além disso, estas câmaras possuem uma intensidade de raios maior do que a observada no bronzeado natural”. Mas o oncologista lembra que, se tomados os devidos cuidados, não há razão para temer ou fugir totalmente do sol no verão. Ao invés disso, é possível aproveitá-lo da melhor maneira, inclusive estimulando a produção de vitamina D na pele – diretamente relacionada à produção de cálcio no organismo. Para isso, é preciso buscar os horários menos nocivos (antes das 10 horas e após as 16 horas), ter uma alimentação balanceada, beber bastante líquido, além de hidratar e proteger a pele com filtros solares. “É necessário aplicar o filtro adequado para o tipo de pele e reaplicá-lo depois de entrar na água ou de se expor ao sol por mais de duas horas. Seguindo esses cuidados, é possível aproveitar o melhor dessa belíssima estação”, conclui o especialista.