Hipertensão arterial e estilo de vida
08 April 2015
De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, quase um quarto da população adulta brasileira é hipertensa. Diversos fatores de risco estão associados a origem do problema, sendo que grande parte deles pode ser modificada com força de vontade – sedentarismo, alimentação pobre em frutas e verduras, tabagismo, consumo abusivo de álcool, excesso de peso, colesterol descompensado, entre outros. “Adotar um estilo de vida saudável é o primeiro passo para prevenir e controlar a hipertensão arterial, e ainda afastar as chances de complicações vasculares como Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, insuficiência renal com necessidade de diálise, entre outras causas principais de morbidade e mortalidade no Brasil”, informa o especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cardiologista do Serviço de Arritmia do Hospital Português e do Centro Médico HP, Dr. Alexsandro Alves Fagundes. Para ajudar nessa mudança de hábitos decisiva para a saúde, o cardiologista dá algumas orientações. Confira!
Passo 1. Tenha uma alimentação saudável! A hipertensão arterial ou pressão alta ocorre quando a pressão que o sangue faz na parede das artérias para se movimentar é muito forte, ficando acima dos valores considerados normais. Ingerir alimentos saudáveis (frutas, legumes e vegetais) é uma das formas de evitar a formação de ateromas (placas) nos vasos sanguíneos, problema comumente relacionado a hipertensão. Assim, inclua nas refeições alimentos ricos em potássio, como feijão, folhas verdes escuras, melão, abacate, ameixa, abóbora, batata, tomate e iogurte. Tenha o hábito de ler o rótulo dos alimentos e reduza o consumo de sódio (o limite diário de ingestão de sal é de até 5 gramas), evitando produtos industrializados, ricos em conservantes químicos e gorduras trans, como os enlatados, frios e embutidos. “Busque uma alimentação equilibrada, mantenha o prato sempre colorido consumindo diferentes grupos alimentares necessários à saúde e, naturalmente, beneficie o seu sistema cardiovascular. Se for preciso, busque a ajuda de um nutricionista”.
Passo 2. Inclua atividades físicas em sua rotina! Apenas 30 minutos de exercícios físicos diários são suficientes para reduzir os riscos de ataques cardíacos e derrames. Se não for possível entrar numa academia, busque opções gratuitas nos espaços públicos da cidade: um passeio na orla, o futebol com os amigos. Crie alternativas: vá para o trabalho de bicicleta, aumente a duração das caminhadas, troque o elevador pelos lances de escada, passe menos tempo em frente à televisão. “É importante lembrar que antes de aumentar a intensidade dos exercícios é preciso consultar um especialista a fim de evitar sobrecargas e riscos de mal súbito. Em geral, a atividade regular por pelo menos 30 minutos diários é um bom começo para quem quer ganhar condicionamento e melhorar o desempenho físico”.
Passo 3. Livre-se do cigarro! Fumar aumenta em 50% o risco de infarto e em 70% o risco de morte por doença cardiovascular. Hoje, algumas instituições já oferecem programas específicos para ajudar no abandono desse hábito comprovadamente prejudicial à saúde. No Hospital Português, o Programa de Tratamento para o Tabagismo é realizado pelo Núcleo de Doenças do Torax. Durante a terapia com profissionais preparados o paciente aprende gradativamente a desenvolver uma relação cada vez mais distanciada do cigarro.
Passo 4. Consulte o seu médico! Ser avaliado por um especialista uma vez ao ano é essencial para manter o bem-estar. Além de prestar orientações para a prevenção de doenças, o médico vai te ajudar no controle de problemas já estabelecidos, como hipertensão arterial, colesterol descompensado, diabetes, obesidade, entre outros que afetam o sistema cardiovascular. “O médico é o profissional habilitado para diagnosticar e tratar doenças. Procure um especialista de sua confiança e mantenha regularidade nas consultas, assim você aumenta as chances de permanecer saudável”, conclui o cardiologista, lembrando que controlar a hipertensão arterial reduz para menos 15% o risco de infarto e para menos 42% o risco de derrame.