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Alergias respiratórias no inverno — Hospital Português da Bahia

2 de junho de 2015

Alergias respiratórias no inverno

02 June 2015

Tosse, coriza, coceira nos olhos e garganta, são alguns sintomas comuns nas crises de alergia respiratória que acometem, principalmente, crianças e idosos no inverno. Aproximadamente 25% da população brasileira conhece bem essas reações. Na raiz destes problemas podem estar a asma, as rinossinusites, a gripe, o resfriado e a bronquite, que representam as principais ocorrências do período mais frio e chuvoso do ano. Para evitar situações como essas e aproveitar as festividades características do mês de junho, o líder da pneumologia do Hospital Português e coordenador da UTI Geral da Instituição, Dr. Octávio Messeder, dá algumas orientações. Confira!

1. Quais os principais problemas respiratórios que acometem as pessoas no período junino?

A cultura de fogos de artifício e fogueiras na época do São João, tão presente nas raízes nordestinas, tem a fumaça como um importante agente desencadeador de problemas respiratórios. Portadores de alergias como rinossinusites e asma estão mais sujeitos a essas crises com a exposição prolongada à fumaça. No Brasil, a asma atinge 10% da população, sendo responsável por 400 mil internações hospitalares. Deste público, 78% também apresentam outras alergias associadas, como as rinossinusites.

2. A temperatura menor e o clima mais seco do que o habitual aumentam as chances de alergias respiratórias nesse período do ano?

Sim. O ar mais seco e mais frio representa um fator irritante das vias aéreas e pode desencadear crises de asma. Isto porque nosso aparelho respiratório é preparado para permanecer em temperatura constante. Quando passamos por mudanças climáticas bruscas as vias aéreas tornam-se mais sensíveis. Também é importante evitar o contato com os agentes alérgenos: mofo, pelos de animais, ácaros, poeira e insetos.

3. Essa mudança climática também pode levar ao desenvolvimento de infecções respiratórias?

São muito poucas as evidências cientificas que relacionam exposição às mudanças climáticas e maior possibilidade de desenvolver infecção respiratória. No entanto, as estatísticas mostram que há um aumento de tais enfermidades nos períodos de inverno. No clima frio as pessoas se concentram mais em ambientes fechados, favorecendo a disseminação de infecções. Assim, é importante estar vacinado, especialmente, os idosos e pessoas com doença pulmonar crônica (asma, bronquite crônica, enfisema, entre outras).

 4. Quais os principais cuidados para quem vai aproveitar o São João na região Nordeste?

Uma forma de prevenção importante é consultar um especialista antes de viajar para lugares onda há fatores variados de risco, como clima frio, fumaça, calor de fogueiras, etc. No Núcleo de Doenças do Tórax do HP, por exemplo, um médico especialista irá fornecer todas as recomendações, sobretudo para quem já possui histórico de problemas respiratório. Caso seja identificado algum processo alérgico, o paciente receberá o tratamento terapêutico mais adequado para a sua condição, a fim de manter o bem-estar nos meses mais frios e chuvosos. Passado o inverno, o médico vai analisar a necessidade de retirar a medicação ou continuar com o acompanhamento.

5. Qual a orientação para quem vai estar próximo da fumaça? Como se proteger sem deixar de curtir a festa?

O simples ato de se posicionar na direção contrária ao vento, evitando a fumaça, pode ser bastante eficiente. Para quem já possui alguma pré-disposição sintomática, o ideal é que tente ficar o mais longe possível. Caso sinta algum desconforto respiratório após o contato com a fumaça, é indicado realizar a lavagem nasal com soro fisiológico e, em casos mais graves, utilizar medicações antialérgicas e anti-inflamatórias, conforme orientação previa do médico especialista.