2 de junho de 2015
Genética inova perspectivas do câncer de tireoide
02 June 2015
O surgimento de nódulos na tireoide tem sido cada vez mais frequente em populações de todo o mundo, inclusive do Brasil. Com o advento da ultrassonografia, a detecção dos nódulos tem ocorrido de forma cada vez mais precoce, e em torno de 5% destes casos constituem neoplasias malignas (câncer de tireoide). Dados do Instituto Nacional do Câncer – INCA indicam que o câncer de tireoide é o quinto tipo mais comum entre as mulheres brasileiras e sua incidência (quantidade de novos casos) cresce mais do que outros tipos de câncer, como os de mama, próstata e intestino. Neste contexto, os avanços no entendimento da genética do câncer de tireoide têm levado ao desenvolvimento de novas metodologias para o diagnóstico e tratamento da doença.
O exame utilizado para o diagnóstico do câncer de tireoide, na maioria das vezes, é a punção aspirativa por agulha fina do nódulo. Este exame permite a análise das células que compõem determinado nódulo. Mas, em aproximadamente 10 a 20% dos casos, não é possível concluir em definitivo tratar-se de um tumor benigno ou maligno. Para esta situação, foram desenvolvidos testes de avaliação molecular que permitem uma maior segurança na definição do caráter do nódulo e definição da necessidade ou não de cirurgia. Estes testes chegaram recentemente ao Brasil e prometem ser úteis na complementação diagnóstica.
Outra ferramenta propiciada pela Genética consiste na avaliação adicional de casos de câncer já confirmados. A análise de genes relacionados com agressividade tumoral (ou seja, cânceres com maior dificuldade de cura) deve tornar-se rotineira em um futuro não muito distante. Essa perspectiva incipiente deve ajudar a definir melhor a indicação das condutas terapêuticas após a cirurgia de retirada da glândula (tireoidectomia), tais como o uso de iodo radioativo e medicações (quimioterápicos) que agem diretamente sobre estas alterações genéticas.
Desta maneira, podemos dizer que a forma de abordar o câncer de tireoide, tanto em relação ao diagnóstico quanto ao tratamento, tende a sofrer evoluções importantes nos próximos anos e as pesquisas no campo da Genética têm um papel essencial nestas mudanças.