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Gestação na maturidade — Hospital Português da Bahia

2 de junho de 2015

Gestação na maturidade

02 June 2015

Adiar o sonho de ser mãe tem sido uma realidade cada vez mais comum entre as mulheres. Independentes e assumindo papeis variados na sociedade, elas têm priorizado a conquista da estabilidade financeira ou mesmo desfrutar mais a vida antes de ter o primeiro filho. Segundo o IBGE, a gravidez tardia e a redução no número de gestações são tendências do atual contexto social e econômico do país. Na última década, o número de grávidas com idade entre 40 e 44 anos foi 17,6% maior que no passado. Esse reflexo também é percebido na Maternidade Santamaria do Hospital Português, onde o número de grávidas com mais de 35 anos tem crescido. O ginecologista, obstetra e coordenador médico da Maternidade, Dr. Leomar Lyrio, observa que engravidar aos 40 anos requer uma série de cuidados especiais para evitar que as alterações sofridas com o passar do tempo no ritmo biológico feminino possam originar condições clínicas de risco para a saúde da mulher e do feto. “Mais importante do que a idade da gestante é o seu estado de saúde. Se ela está bem fisicamente, é possível lançar mão dos recursos da medicina moderna durante os meses de gestação, oportunizando a vivência desse momento único da melhor maneira e assegurando o direito a um parto seguro, tranquilo e saudável”, informa o especialista.

1. Pré-natal é essencial! Durante a gestação, a mulher passa por transformações impactantes do ponto de vista físico e emocional. E tudo isso repercute no seu bem-estar e no bebê. O acompanhamento pré-natal, principalmente com uma equipe multidisciplinar para avaliação dessas mudanças no metabolismo feminino, prevenirá e/ou controlará possíveis riscos associados – ganho de peso, doenças crônicas (como hipertensão, diabetes, obesidade), deficiências vitamínicas, abortamento, entre outros. O obstetra também vai orientar sobre os comportamentos de risco que devem ser evitados como tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e estresse. “É ideal que o pré-natal seja iniciado antes que a mulher engravide ou, no caso de gravidez não planejada, logo que a gestação seja descoberta. Assim, ela vai realizar exames específicos de imagem e laboratório para avaliar sua a condição clínica e do feto, visando o acompanhamento individualizado mais adequado”.

2. Saúde da mulher Uma queixa comum da mulher grávida é o cansaço que se acentua no decorrer dos meses. Dr. Leomar explica que esse sintoma é consequência da mudança nas taxas hormonais, própria da gestação. Para amenizar a fadiga, o médico orienta a realização de atividades físicas de baixo impacto, como pilates e hidroginástica, que ajudam no condicionamento físico, melhoram a resistência e dão sensação de relaxamento e bem-estar, favorecendo a saúde física e mental. Na avaliação com o obstetra, a gestante fica sabendo se está apta à prática de exercícios, qual a atividade mais indicada e se há restrições de intensidade para sua condição clínica. “Ao cuidar de si mesma, a gestante aumenta as chances de sucesso da gravidez”.

3. Saúde do bebê O risco de aborto espontâneo é uma das maiores ameaças da gestação na maturidade, podendo ser causado por problemas uterinos, como placenta prévia (doença caracterizada pela implantação anômala da placenta) e deslocamento de placenta (quando a membrana se separa do útero). Malformações congênitas e alterações cromossômicas do feto (como síndromes de Down, Turner entre outras), embora tenham baixa incidência global, apresentam maior prevalência nas gestações a partir dos 35 anos, em relação aos 25 anos.

4. Parto natural ou cesáreo? O obstetra adverte que, tanto o parto natural quanto o cesariano, apresentam riscos e benefícios que podem envolver a gestante e o bebê. A cesariana é recomendada pelo Ministério da Saúde quando há risco de vida para a gestante e/ou feto e em situações específicas, como hemorragias no final da gestação. Em condições clínicas ideais, a opção é pelo parto normal que, mesmo na maturidade, proporciona recuperação mais rápida da mulher e benefícios diversos ao recém-nascido: melhor condição respiratória, maior contato com a mãe, aleitamento imediato e a certeza da maturidade desde a concepção.