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Açúcar ou adoçante? — Hospital Português da Bahia

3 de julho de 2015

Açúcar ou adoçante?

03 July 2015

Cristal, refinado, confeiteiro, orgânico, demerara, mascavo, rapadura. O mais popular produto da cana-de-açúcar, hoje, se apresenta em versões diversas nas prateleiras dos supermercados. Em lojas especializadas, ainda é possível encontrá-lo a partir de outras fontes como beterraba, milho, mandioca e mel de abelha. A variedade na oferta de substitutos dietéticos (naturais ou artificiais) também não deixa a dever e engloba uma gama de substâncias edulcorantes – aspartame, sacarina, sucralose, ciclamato, frutose, lactose, stévia, entre outras – que conferem sabor adocicado aos alimentos. Tantas alternativas provocam a dúvida: açúcar ou adoçante, o que é melhor para a saúde? Segundo a Chefe de Nutrição do Hospital Português, Gildete Fernandes, depende de quem consome. “Vários alimentos possuem açúcar e todos eles são importantes para a saúde. A quantidade a ser ingerida é que deve variar de pessoa para pessoa, conforme o gasto diário de energia e a capacidade de metabolização da glicose”, explica. Para ajudar nessa escolha, a nutricionista esclarece quando açúcar e adoçante deixam de ser mocinhos e se tornam vilões. Confira!

Doce na medida certa

Acredite, todos os tipos de açúcares são benéficos à saúde se consumidos de forma adequada. Isto porque a glicose é uma das principais fornecedoras de energia para o corpo humano. Suas fontes são diversas, desde alimentos ricos em carboidrato (pães, cereais, laticínios, massas) até verduras e vegetais. É a partir dessa reserva energética que o organismo desempenha suas funções. Em alguns momentos a digestão ocorre rapidamente (o açúcar simples se transforma em glicose no sangue em cerca de 15 minutos). Em outros, a digestão é mais prolongada e levam cerca de 2 horas para que o açúcar complexo vire glicose. Isso explica a necessidade de uma alimentação diversificada e saudável a cada três horas. Até porque, uma vez consumido e metabolizado no organismo, açúcar é açúcar, não importa a origem. “O valor calórico quase sempre é o mesmo. O que muda na composição do açúcar é o valor nutritivo de alguns tipos que possuem mais ferro”, observa.

Fuja dos excessos

Uma dieta saudável deve contemplar 50% de alimentos ricos em açúcares e carboidratos (simples e complexos), 30% de gorduras saudáveis e 20% de proteínas (carnes, soja, leite, ovos, etc.). E, não se engane, essa matemática vale também para quem faz atividade física regular. A nutricionista informa que para definir a quantidade ideal e o tipo de açúcar que uma pessoa deve consumir diariamente é preciso avaliar se ela faz exercícios regularmente, tipo de atividade realizada, duração, gasto energético proporcionado e, claro, se consegue metabolizar essa glicose. Assim, consumo calórico excessivo e gasto desproporcional representam risco à saúde. “Açúcar que não é metabolizado na digestão vira energia acumulada e representa ganho de peso, podendo originar aumento do colesterol, osteoporose, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), hipertensão e, sobretudo, diabetes tipo 2 – doença predominante na população e adquirida por ingestão excessiva de alimentos calóricos”, adverte.

Quando o adoçante dietético é a solução

A substituição do açúcar é indicada para quem possui sobrepeso ou dificuldade para metabolizar a glicose. E não basta chegar à prateleira do supermercado e pegar um produto adoçante dietético. Essa escolha deve ser orientada por um profissional especializado. Isto porque o alimento diet nem sempre apresenta menos calorias que o alimento normal e muitas marcas incluem sódio na composição. Pessoas com doenças associadas (como diabéticos que são hipertensos) que usam regularmente o produto podem apresentar agravo dessas patologias. Já quem exagera na utilização pode estar ingerindo mais sódio do que numa alimentação normal. “O adoçante é um artifício importante na alimentação por devolver o prazer de comer. Contudo, precisa de prescrição individualizada para evitar repercussões no metabolismo”, ressalta a nutricionista. Essa orientação é válida para dietéticos artificiais (com aditivos químicos). No caso dos adoçantes naturais, não há contraindicação. Apesar disso, a realização de dieta por conta própria deve ser evitada. “Não adianta usar o artifício do adoçante e consumir alimentos ricos em gorduras. O ideal é evitar excessos e buscar se acostumar com o sabor natural dos alimentos”, orienta. Para quem não possui restrições, a dica é optar pelos frutos da época, que são mais doces e dispensam uso de adoçantes.