Emergências e Urgências Médicas
03 July 2015
Com uma população estimada em 3 milhões de habitantes, segundo censo do IBGE, e um quantitativo de centros de saúde especializados incompatível com a demanda social, Salvador enfrenta uma realidade que se repete nas principais capitais brasileiras: a sobrecarga dos serviços de pronto atendimento. Uma das poucas instituições de referência na capital baiana com infraestrutura especializada nos Serviços de Emergência Geral, Emergência de Otorrinolaringologia e Emergência de Traumatologia e Ortopedia, o Hospital Português tem registrado uma elevação de 40% nos atendimentos diários de urgência e emergência nos três últimos meses, em relação ao mesmo período de 2014. Volume que muitas vezes ultrapassa 3.500 atendimentos por mês. Segundo a coordenadora médica da Emergência Geral do HP, Dra. Diana Vinhaes, a explicação para esse aumento está em fatores como o fechamento de serviços de saúde similares nas imediações da Instituição, existência de poucos hospitais com oferta de atendimento de urgência e emergência na capital baiana, e ainda os surtos de viroses na população. “Embora o atendimento imediato de pacientes graves esteja mantido, essa grande demanda gera lentidão no atendimento médico em situações de menor gravidade”, destaca.
Surtos de viroses agravam demanda por serviços de pronto atendimento
Dengue, Chikungunya e Zika. O acometimento da população por essas três viroses tem potencializado a busca por atendimentos médicos de urgência e emergência na cidade. O líder da Infectologia do Hospital Português e membro do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Instituição, Dr. Alessandro Farias, esclarece que Zika vírus e Chikungunya são patologias sem gravidade, que podem ser tratadas em ambulatório médico, diferentemente da dengue, que tem potencial de gravidade. “A febre por doenças virais não costuma ultrapassar sete dias, um indício de que a patologia é benigna”. O infectologista enfatiza que a assistência de urgência e emergência deve ser buscada apenas na presença de reações associadas, que evidenciam a necessidade de pronto atendimento, tais como: diarreia e vômito que não cessam com medicação específica; febre e dor abdominal concomitante; febre, dor de cabeça e vômito; sangramento e diminuição do volume de urina. “Esses sintomas denotam gravidade potencial e pedem busca imediata por atendimento médico, especialmente, se o paciente possuir outras doenças, como cardiopatias ou doença pulmonar”, adverte.
Para quem não se enquadra nesses perfis, a orientação é evitar os serviços de pronto atendimento. Hoje, em média, de cada quatro pacientes que buscam assistência emergencial apenas um apresenta verdadeiro quadro de urgência médica. A grande procura dessas unidades é de pessoas que encontram dificuldade no agendamento de consulta em consultório médico, segundo o infectologista. “Em geral, são pacientes classificados como verde, ou seja, de baixo risco, com sinais vitais normalizados. Identificar a situação crítica corretamente é primordial para reduzir a sobrecarga dos serviços e agilizar a assistência aos pacientes graves e instáveis”, diz, reforçando a importância de criar o hábito preventivo de realizar consultas médicas e exames clínicos de rotina.
Triagem visa identificar nível de gravidade do paciente
Seguindo padrões internacionais de atendimento, a Emergência Geral do HP realiza a triagem de pacientes que ingressam no Serviço para identificar o nível de prioridade para o atendimento médico. Uma enfermeira treinada avalia a queixa do paciente e os seus sinais vitais, indicando as situações com necessidade real de pronto atendimento e os pacientes sem risco imediato. Após a triagem, que inclui preenchimento de questionário adequado, o paciente recebe uma pulseira de classificação de risco na cor indicativa do seu nível de emergência: vermelho (indica estado grave, com risco de morte e necessidade de atendimento imediato), amarelo (indica situação de urgência e instabilidade do paciente, porém sem risco de morte), verde (indica ausência de sintomas graves e quadro estável). Essa classificação assegura que situações graves recebam atendimento imediato. “A triagem visa direcionar o atendimento e agilizar o socorro do paciente com risco de morte. O acolhimento estabelece o atendimento por ordem de gravidade e não por ordem de chegada”, explica a enfermeira chefe da Emergência Geral, Janaína Sanches.
Emergência de Otorrinolaringologia
Com a chegada do inverno, as baixas temperaturas e o clima seco aumentam os episódios de alergias e infecções respiratórias, ocorrências que representam mais de 50% dos atendimentos da Emergência de Otorrinolaringologia do Hospital Português nessa época do ano. O Serviço, localizado no primeiro piso do Hospital, atende ainda situações de urgência com o suporte de profissionais experientes e especializados em otologia (ouvido), faringolaringologia (garganta), rinologia (nariz), estética facial e cirurgia crânio-maxilo-facial (área que envolve os traumas de face, casos de tumores ósseos craniofaciais, malformações craniofaciais e apneia do sono). O acolhimento aos pacientes acontece após a triagem na recepção da Emergência Geral do HP, sendo realizado das 7h às 22h, de segunda a sexta-feira, e das 7h às 19h, aos sábados, domingos e feriados. Nos demais horários, a Unidade funciona em sistema de sobreaviso. A assistência aos adultos e idosos que buscam o pronto atendimento tem a resolutividade como grande diferencial. “No acompanhamento posterior ao diagnóstico do paciente, o otorrinolaringologista pode observar a resposta ao tratamento e prevenir novas situações de urgência e emergência”, destaca o Dr. Miguel Leal Andrade Neto, especialista do Serviço.
Emergência de Traumatologia e Ortopedia
O pronto atendimento às vítimas de trauma ou fratura ortopédica é um fator decisivo no processo de recuperação. Estabilizar o paciente, eliminando o risco de morte, é essencial de acordo com Dr. Nicolas Gerardo, coordenador médico da Emergência de Traumatologia e Ortopedia do Hospital Português. Funcionando 24 horas por dia em regime de pronto atendimento, o Serviço recebe desde pacientes com polifraturas causadas por acidentes de trânsito até vítimas de lesões traumáticas decorrentes de queda, trauma esportivo e recreativo. Para agilizar o acolhimento em situações graves, a avaliação é realizada no próprio Serviço em tempo integral, tendo acesso independente pela Avenida Princesa Isabel, ao lado da Maternidade Santamaria. A assistência de urgência e emergência é desempenhada por um time de 22 médicos qualificados nas diversas subespecialidades da ortopedia – coluna, ombro, cotovelo, mão, punho, quadril, joelho, pé, tornozelo e trauma. Na moderna infraestrutura com dois consultórios e oito leitos para observação, são realizados exames de ressonância magnética, tomografia computadorizada, raio-x digital e ultrassonografia. Os pacientes internados contam ainda com avaliação multidisciplinar de ortopedistas, hematologistas, oncologistas, clínicos da dor, fisioterapeutas, dentre outros profissionais. Após a alta hospitalar, a assistência tem continuidade no ambulatório ortopédico no Centro Médico HP (salas 401 e 402).