Aleitamento Materno
05 August 2015
Aleitamento Materno
Voltando as atenções para mulheres que trabalham e amamentam, a edição deste ano da Semana Mundial de Aleitamento Materno, que acontece nos sete primeiros dias de agosto, traz o slogan “Amamentar e trabalhar: podemos conseguir!”. Dessa maneira, a iniciativa da Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA) visa, entre outras metas, fortalecer esta prática que gera uma série de benefícios para a saúde da mulher e do recém-nascido. Liana Santana Guimaraes, enfermeira da Unidade de Internação do 6º andar da Maternidade Sant’Ana do HP, explica porque o ato de amamentar durante e após a licença-maternidade deve ser estimulado. Confira!
1. Porque que os bebês devem receber leite materno, exclusivamente, durante os primeiros seis meses de vida?
O leite materno promove muitos benefícios à saúde do recém-nascido, tais como a redução da incidência de alergias alimentares e respiratórias. Introduzir outros alimentos neste período, sem o devido acompanhamento pediátrico, pode prejudicar o seu desenvolvimento e diminuir a sua imunidade (pois o leite materno contém mais de 50 fatores imunológicos). Além disso, como o seu sistema digestório ainda está imaturo, os alimentos sólidos podem causar desconforto gástrico, gases, obstipação e cólicas.
2. Qual a composição do leite materno e porque ele é tão importante?
O leite materno é o alimento mais completo e mais adequado às necessidades nutricionais e capacidade digestiva do recém-nascido. Ele contém proteínas, gorduras, açúcares, vitaminas e minerais apropriados ao organismo do bebê, além de substâncias de defesa, por isso é importante no fortalecimento do seu sistema digestório, prevenindo alergias, gerando melhor resposta às imunizações, aumento do QI, equilíbrio emocional e desenvolvimento neurológico, psicomotor e cognitivo. O colostro (primeiro leite após o parto, de aspecto claro, translúcido e em pouca quantidade) é o mais importante para as primeiras defesas do bebê, pois transmite os anticorpos da mãe, sendo rico em proteína e, por isso, chamado de vacina natural.
3. O que a mãe deve fazer se a criança rejeitar o leite materno?
Ela pode ordenhar o próprio leite e oferecê-lo no copo ou em colheradas ao bebê, evitando usar mamadeira para que não exista a confusão entre o bico da mamadeira e o do seio materno. Observar o posicionamento correto do bebê no seio e a pega adequada no mamilo são práticas que aumentam o vínculo entre mãe e filho, contribuindo para o sucesso da amamentação.
4. O aleitamento deve ser interrompido em que momento?
Mesmo com a introdução de novos alimentos após os 6 meses, o aleitamento materno não deve ser interrompido. As mulheres são erroneamente orientadas a interromperem a amamentação quando utilizam medicação de uso rotineiro. Mas essa interrupção só deve acontecer se a mãe tiver alguma doença infectocontagiosa (como HIV e HLTV), mesmo assim, deverão ter acompanhamento médico e pediátrico, quando conhecerão o melhor meio para o desenvolvimento adequado do bebê.
5. A mulher que amamenta se beneficia de que maneira?
São inúmeros os benefícios à saúde física da mulher que amamenta: rápida perda de peso, risco reduzido de hemorragias pós-parto, retardo na volta da menstruação, menor risco de osteoporose, de fraturas, de câncer de mama e de ovário, bem como de morte por artrite reumatoide. A amamentação também auxilia na saúde psicológica e emocional da mãe, diminuindo o risco de depressão pós-parto. Além disso, o vínculo emocional durante a amamentação é tão grande que eleva a autoestima feminina.