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Programas de combate ao fumo avançam no país — Hospital Português da Bahia

5 de agosto de 2015

Programas de combate ao fumo avançam no país

05 August 2015

Seguindo uma tendência mundial, o consumo de cigarros no Brasil apresentou declínio significativo na última década, especialmente, entre os mais jovens. É o que demonstram os números do Ministério da Saúde – MS. Na faixa etária dos 18 aos 24 anos, 7,8% declararam fazer uso de cigarros. Considerando os gêneros, 9% das mulheres e 12,8% dos homens disseram ser fumantes. O levantamento publicado no final do primeiro semestre de 2015 mostrou ainda um aumento global de 30,7% no número de brasileiros que pararam de fumar nos últimos 9 anos. Salvador aparece como a segunda capital com diminuição expressiva no total de homens fumantes (9%), perdendo apenas para Fortaleza (8,6%). Esse avanço segundo o MS se deve, sobretudo, à intensificação dos programas de combate ao fumo e ao maior acesso à informação sobre os danos causados pelo tabagismo. Apesar disso, o consumo de cigarros ainda é prevalente entre os brasileiros na faixa de 45 a 54 anos de idade (13,2%). Dra. Marta Leite, líder do Programa de Tratamento para o Tabagismo do Núcleo de Doenças do Torax do Hospital Português destaca que oferecer apoio adequado para quem deseja abandonar o hábito potencializa as chances de sucesso do tratamento. “Oferecer apoio especializado é essencial”, observa.

Com aproximadamente 2 bilhões de adeptos em todo o globo, o tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável, estando relacionado a mais de 50 doenças, sobretudo, ao câncer de pulmão. Essa ameaça afeta pessoas com dependência severa à nicotina, que consomem mais de um maço de cigarros por dia, bem como os fumantes ocasionais. Aqueles que inalam a fumaça do cigarro de outra pessoa – os fumantes passivos – também estão sujeitos aos riscos causados pelas mais de 4,7 mil substâncias tóxicas presentes no cigarro. Segundo a médica, a nicotina é a grande responsável pela dependência química, podendo causar uma compulsão tão forte a ponto de o fumante manter o hábito mesmo depois de ser diagnosticado com alguma doença decorrente do tabagismo. O tratamento visa quebrar esse vínculo de forma progressiva com o emprego de medicamentos que agem nas mesmas regiões em que a nicotina atua. “Quem já tentou parar de fumar, mas não concluiu o tratamento, deve buscar aprender com as dificuldades e identificar o que impediu o sucesso da terapia para fazer uma nova tentativa. Não se deve desistir nunca!”, adverte.

Em geral, os primeiros resultados podem ser observados uma semana após o início do tratamento, que deve ser seguido por pelo menos 3 meses na avaliação da pneumologista. Nesse período, o paciente precisa de acompanhamento especializado com profissionais habilitados na prescrição de medicamentos que inibem a vontade de fumar e controlam os sintomas decorrentes da síndrome de abstinência. Tal suporte se faz fundamental devido a grande expectativa depositada nas medicações terapêuticas e a reincidência observada no primeiro ano sem uso destas. “O mais importante nesse processo é a mudança de comportamento. É esse fator que faz a diferença entre o sucesso e o fracasso do tratamento”, enfatiza a especialista. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer – INCA, abandonar o fumo melhora todo o sistema cardiorrespiratório e reduz em até 30 vezes as chances de desenvolver câncer de pulmão. Um ano sem fumar reduz em 50% o risco de morte por infarto do miocárdio e, após 10 anos, esse risco passa a ser o mesmo de quem nunca fumou.