15 de setembro de 2015
Andropausa
15 September 2015
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia – SBU, até 30% da população masculina a partir dos 40 anos de idade podem vivenciar os desconfortos causados pelo processo natural de envelhecimento, como diminuição da vitalidade e da sensação de bem-estar, fadiga, além de distúrbios sexuais (disfunção erétil, redução da libido, problemas ejaculatórios e dificuldade para atingir o orgasmo). O que nem todo homem sabe é que esses sintomas podem surgir devido à andropausa, condição equivalente à menopausa feminina. Dr. Cássio Pugas, especialista do Centro de Urologia do Hospital Português, informa que o Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino – DAEM (termo atualizado pela SBU, em 2006, para se referir a andropausa) representa um problema de saúde pública na atualidade e, embora aconteça de forma gradual, aumenta a incidência com o avançar da idade. “À medida que os testículos diminuem sua função, há uma queda gradativa dos índices de testosterona (principal hormônio masculino), impactando no funcionamento corporal como um todo. É importante que as pessoas saibam que existe tratamento para os sintomas e busquem um urologista”.
Distúrbio hormonal
Traçando um comparativo entre homens e mulheres com relação à deficiência hormonal que se inicia na meia idade, o urologista observa que este processo nas mulheres tem início abrupto, levando à deficiência completa do hormônio feminino estrogênio entre um e dois anos. “Todas as mulheres passam por isso, sem exceção, e a única causa é o hipogonadismo (diminuição da função dos ovários). No homem o processo é gradual, pode evoluir por décadas, levando a uma deficiência androgênica parcial. Aproximadamente, 25% a 35% dos homens apresentam Distúrbio Androgênico. Geralmente, relacionado ao hipogonadismo (diminuição da função dos testículos)”, esclarece o especialista, destacando que com o aumento da longevidade populacional, essa proporção tende a aumentar.
Sintomas
As manifestações físicas e psíquicas do hipogonadismo masculino podem ser facilmente identificadas por um urologista, porém também podem ser causadas por outras condições clínicas comuns em idosos – depressão, senilidade, estresse, uso de medicações, doenças vasculares cerebrais, dentre outras. Assim, a avaliação de um especialista é fundamental. Dr. Cássio Pugas destaca que podem ocorrer ainda alterações na cognição, no humor, na disposição física e até repercussões nas estruturas muscular, gordurosa e óssea. “É comum homens com DAEM apresentarem osteopenia, osteoporose, atrofia muscular, aumento da gordura visceral, anemia, queda de pelos e, principalmente, distúrbios sexuais como disfunção erétil e diminuição da libido”.
Diagnóstico
Um exame clínico minucioso e avaliações específicas de laboratório e imagem são essenciais para o diagnóstico do DAEM. O especialista pode requerer Ultrassom Testicular e Transretal da Próstata, exames laboratoriais, incluindo o perfil hormonal masculino com as diferentes frações séricas da testosterona, entre outros. “Após o diagnóstico, uma opção terapêutica é a reposição hormonal; caso não haja condições clínicas que possam ser agravadas, como, principalmente, apneia do sono não tratada e suspeita ou confirmação de câncer de próstata”, observa.
Tratamento
O especialista explica que na terapia de reposição hormonal são empregadas formas sintéticas do hormônio masculino, que podem ser administradas principalmente por via intramuscular e/ou por via transdérmica (medicações em gel). “Os benefícios ao homem hipogonádico têm sido imensos, restaurando sua boa qualidade de vida e o amplo bem-estar para a sua família”, ressalta o médico.