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Candidíase Vulvovaginal — Hospital Português da Bahia

13 de dezembro de 2015

Candidíase Vulvovaginal

13 December 2015

Uma queixa comum no consultório ginecológico e motivo de grande desconforto para as mulheres é o corrimento vaginal. Apesar de incômodo, o sintoma é o principal indicativo de infecção por candidíase – problema decorrente em 80 a 90% dos casos de um desequilíbrio na flora vaginal. As razões são diversas, desde gravidez, uso de anticoncepcionais e diabetes mellitus, até hábitos de higiene inadequados, como o uso excessivo de sabonetes e cosméticos íntimos, conforme explica o especialista do Serviço de Ginecologia do Hospital Português, Dr. José Carlos Monteiro.

  1. As mulheres são mais propensas à infecção por candidíase do que os homens? Por que isso acontece?
    A cândida albicans é o fungo responsável por 80 a 90% dos casos de candidíase, tem baixa virulência e habita a vagina como comensal, ou seja, faz parte da flora vaginal normal na maioria das mulheres. Portanto, sempre que houver um desequilíbrio da flora vaginal provocado por alterações dos mecanismos de defesa vaginal, a mulher poderá ter uma candidíase. Como a genitália feminina é interna, é mais difícil a mulher perceber o inicio do quadro. Já nos homens, a presença assintomática da cândida ocorre em 25%.
  2. Quais os riscos para a saúde feminina?
    A candidíase é uma infecção vulvo-vaginal muito frequente. Aproximadamente 75% das mulheres terão essa infecção, pelo menos, uma vez na vida. E, 30% terão mais de um episódio. Quando tratada de maneira adequada não há nenhum tipo de sequela ou dano. Porém, se não tratada poderá trazer consequências desagradáveis como ferimentos, fissuras genitais e incapacidade temporária para a prática sexual. No caso das gestantes, ainda há o risco para prematuridade.
  3. Que cuidados cotidianos ajudam a prevenir a doença?
    A candidíase está associada a alguns fatores predisponentes, como gestação, uso de anticoncepcionais, uso recente de antibióticos, diabetes mellitus, hábitos de higiene inadequados (uso exagerado de sabonetes e cosméticos genitais), uso de corticoides/imunossupressores, dieta rica em lactose, relação sexual desprotegida com parceiro contaminado, uso de biquínis molhados e estresse. Portanto, medidas de higiene adequadas, uso da camisinha, uma boa qualidade de vida com prática de atividades físicas, relaxamento e alimentação saudável são fundamentais para um bom equilíbrio orgânico.
  4. Quais sinais denotam a infecção por candidíase e como a mulher deve agir?
    Os principais sintomas são hiperemia (vermelhidão) na vulva com corrimento branco (às vezes amarelado) grumoso com aspecto de “leite coalhado” e acompanhado de prurido (coceira). A conduta adequada é realizar higiene da genitália e procurar o médico ginecologista.
  5. Como são feitos o diagnóstico e tratamento?
    O diagnóstico na maioria das vezes é feito pela queixa da paciente associado ao exame físico. Ainda assim, pode ser usado o teste de pH vaginal e o  exame à fresco com KOH a 10% que permite a visualização das pseudo-hifas no microscópio. O  tratamento, geralmente, é através do uso tópico de cremes vaginais e a associação de antifúngicos orais, quando indicado.