Novos Tratamentos Para Hepatite C — Hospital Português da Bahia
1 de fevereiro de 2016
Novos Tratamentos Para Hepatite C
01 February 2016
Com um número de indivíduos cronicamente infectados estimado em 160 milhões, a infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) é uma das principais causas de doença hepática em todo o mundo. Graças a melhor compreensão da fisiopatologia da doença, a melhora dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos, bem como aos avanços em termos de prevenção, o manejo dos pacientes com doença hepática relacionada ao vírus C avançou consideravelmente nas últimas décadas.
Até 2011, a terapia padrão consistia na combinação entre o α-interferon peguilado (Peg-IFN) e ribavirina por 24 ou 48 semanas. Com essa combinação de medicamentos, as taxas de respostas virológicas sustentadas (RVS) ficavam globalmente em torno de 50%.
Naquele ano, os agentes antivirais diretos (AAD) de primeira geração, telaprevir e boceprevir, foram aprovados para uso em pacientes com hepatite C, genótipo 1. Essas drogas precisavam ser administradas em combinação com α-interferon peguilado (Peg-IFN) e a ribavirina. Estes regimes de terapia tripla aumentaram as chances da RVS para até 75%. Entretanto, este esquema terapêutico de alto custo foi associado a importantes efeitos colaterais, com dificuldade de tolerância e índices não desprezíveis de interrupções de tratamento.
Três novos agentes antivirais diretos foram aprovados nos Estados Unidos em 2014 e disponibilizados para uso no Brasil, a partir de 2015 com a publicação, pelo Ministério da Saúde, do mais recente “Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções”. sofosbuvir, (inibidor da RNA-polimerase com ação pangenotípica), simeprevir (inibidor de protease NS3-4A, ativo contra genótipos 1 e 4) e daclatasvir (inibidor NS5 A pangenotípico) já estão disponíveis em nosso país e podem ser utilizados em combinação com α-interferon peguilado (Peg-IFN) e a ribavirina ou em esquemas conhecidos como “interferon-free”, livres do Peg-IFN. Estes novos tratamentos trazem chances de respostas próximas de 100%, têm a conveniência de administração por via oral, com melhor tolerância terapêutica e tempos mais curtos de tratamento.
A combinação de sofosbuvir e ribavirina é uma opção terapêutica para pacientes infectados com genótipo 2 (12 ou 16 semanas de tratamento em função da presença de cirrose) ou genótipo 3 (24 semanas), com taxas de RVS alcançando 95%. A combinação entre sofosbuvir e simeprevir, com ou sem ribavirina, pode ser utilizada em pacientes com genótipo 1 (12 semanas nos não cirróticos e 24 semanas no cirrótico), com índices de RVS superiores a 93%. A associação entre sofosbuvir e daclatasvir, com ou sem ribavirina, tem sido usada na Europa, em pacientes com doença hepática avançada, com índices de RVS entre 95% e 100%.
Interações medicamentosas são possíveis com estes novos agentes terapêuticos, sobretudo nos esquemas interferon-free, especialmente no âmbito do tratamento da co-infecção VHC/HIV. Ajustes posológicos podem ser eventualmente necessários. Recomendações podem ser encontradas no site www.hep-druginteractions.org, frequentemente atualizado.
Outros esquemas terapêuticos estão em fase de estudo na Europa e nos Estados Unidos. Novos agentes pangenotípicos com potência antiviral e elevada barreira genética estão sendo avaliados para uso em pacientes com possíveis falhas terapêuticas.
O importante é perceber que grandes avanços no tratamento da hepatite C foram obtidos nos últimos anos. Mudanças acontecem de forma contínua e o ideal é referir o paciente infectado pelo VHC para avaliação com Hepatologista.
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