Um dos pioneiros no Norte e Nordeste a montar um Serviço de Radioterapia, o Hospital Português inaugurava, em 25 de julho de 1957, um dos principais setores relacionados ao tratamento do câncer. Após um grande investimento, a Instituição modernizou suas estruturas e, atualmente, atende cerca de 100 pacientes por dia, oferecendo os recursos mais modernos do mercado. Dr. Richard K. Uwe Lange fala sobre o Serviço de Radioterapia e a evolução do tratamento ao longo dos anos.
– Qual a eficácia desse tratamento?
Depende do estadiamento oncológico (método de avaliação da dimensão da doença). O mais comum é o TNM: tumor e seu tamanho (T), presença de gânglios comprometidos ou não (N) e a presença ou não de metástases à distância (M). Essa investigação, além do exame físico do paciente, utiliza os recursos do laboratório, de imagem, e de exames endoscópicos disponíveis no mercado. A indicação de radioterapia pode ser única ou associada aos outros recursos terapêuticos. Nos casos de doenças mais precoces, na maioria das indicações, o objetivo principal é o de obter a cura completa do paciente.
– Em quais tipos de câncer a Radioterapia é indicada?
Essa decisão é de competência exclusiva do especialista, mas resulta, na grande maioria dos casos, de uma avaliação multidisciplinar, que tem como componentes o cirurgião oncológico e o oncologista clínico. As principais indicações são de neoplasias (tumores) de mama, de próstata, primárias do Sistema Nervoso Central, da região de cabeça e pescoço, pulmão, reto, tumores ginecológicos e linfoma.
– Quais os efeitos colaterais?
Depende da região que vai ser tratada e da presença dos órgãos de vizinhança do tumor. Na topografia da região de cabeça e pescoço podem surgir alterações do paladar, da textura da saliva e dificuldade de deglutir os alimentos. No tórax e abdome superior; dificuldade de deglutir, dores gastrointestinais e azia são os sintomas mais comuns. No abdome inferior e pelve; cólica, diarreia, dificuldade e dor ao urinar também são sintomas comuns durante o tratamento. As chamadas radiodermites (pequenas lesões na pele), hoje são quase incomuns, a não ser que o tratamento tenha a intenção de incluir a pele. Todos os sintomas decorrentes de tratamento com radiações são passíveis de tratamento e têm sido bastante reduzidos com os novos recursos da tecnologia, a exemplo da radioterapia com modulação de feixe IMRT – do inglês “Intensity Modulated Radiotherapy”.
– Quais são as maiores inovações da Radioterapia?
A Radioterapia mundial pode ser classificada em cinco fases de crescimento. A primeira delas ocorreu com a tecnologia de Ortovoltagem, que prevaleceu até a década de 1950, quando apareceram as primeiras máquinas de Megavoltagem (Bombas de Cobalto), iniciando a segunda fase. Na década de 1980, surgiram os Aceleradores Lineares gerando radiações artificialmente, com energias diferentes, o que resultou em um refinamento dos parâmetros técnicos de tratamento. A terceira fase da Radioterapia se iniciou em meados da década de 1990, com a utilização da Tomografia Computadorizada para os planejamentos, migrando da fase de planejamentos em duas dimensões (2D) para a de três dimensões (3D), criando o termo Radioterapia Conformada Tridimensional. Essa tecnologia permitiu um maior entendimento do comportamento da radiação no volume irradiado, diminuindo sua toxicidade, aumentando a efetividade terapêutica. Com o auxílio da informática, a Radioterapia vem se modernizando em uma velocidade muito grande. Passamos então para a quarta fase, que aconteceu no início do novo milênio, com a possibilidade de modulação do feixe de irradiação e a possibilidade de “esculpir” a dose da radioterapia no volume alvo, contornando a geometria do tumor. Essa técnica, IMRT,ampliou mais uma vez o leque de indicações, além de diminuir os efeitos colaterais da radioterapia. A quinta fase é a que vivemos nos últimos anos, com o aumento na precisão do tratamento através da técnica guiada por imagem IGRT – do inglês “Image Guided Radiation Therapy”; e a dos tratamentos dinâmicos. Essa fase é muito mais dependente de tecnologia e aumenta ainda mais as possibilidades terapêuticas e de cura dos pacientes oncológicos sem muitos efeitos colaterais. Vale ressaltar que essa última tecnologia está disponível no Serviço de Radioterapia do Hospital Português.
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