Diante da complexidade de fatores sociais, econômicos e emocionais que envolvem o adoecimento, a incorporação de melhores práticas na assistência se destaca em todo o mundo como item relevante para a reabilitação física e mental do paciente (tanto quanto o emprego de modernas tecnologias). A integração de equipes, a humanização e individualização do cuidado são tendências que ganham força a cada dia como um diferencial de atendimento. Em Instituições de referência como o Hospital Português (HP) essa abordagem permeia a promoção do cuidado em especialidades como a Oncologia, graças ao trabalho integrativo de médicos cirurgiões oncológicos, oncologistas clínicos, radio-oncologistas e hematologistas, enfermeiros, técnicos, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, fisioterapeutas, entre outros profissionais. “O surgimento de novas doenças crônicas com o envelhecimento da população tem exigido, principalmente, uma nova postura no cuidar. Isso significa olhar cada paciente como um ser humano único, enxergando suas especificidades, para promover uma intervenção positiva no enfrentamento da doença”, observa a médica líder do Centro de Oncologia HP, Dra. Clarissa Mathias.
Olhar para o indivíduo
A avaliação completa do paciente – e não apenas da doença – é o fundamento da assistência do HP em serviços como o Centro de Oncologia. Promovendo atendimentos individualizados na prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação dos diferentes tipos de tumores, a unidade possui equipe experiente e qualificada na área. Para obter melhores resultados, a escolha terapêutica é uma decisão conjunta. Durante reuniões semanais são discutidos casos clínicos e avaliadas as vantagens de cada método para o paciente. Quando necessário, especialistas em outras áreas da medicina – como a radiologia e pneumologia – colaboram para a redução dos riscos e aumento da segurança terapêutica. As equipes também mantêm intercâmbio com o centro de referência internacional em tratamento do câncer Dana-Farber Cancer Institute, afiliado a Escola de Medicina de Harvard, para atualização sobre novas tecnologias, inovações medicamentosas, tratamentos personalizados e situações clínicas. “Todos trabalham por um mesmo objetivo: promover o bem-estar e a qualidade de vida do paciente. A intenção é conhecer os recursos envolvidos no tratamento do câncer e saber como interagem para combater a doença, gerando o mínimo de efeitos colaterais ou sequelas”, diz a oncologista.
Cuidado nutricional
A alimentação adequada é fator essencial para a reabilitação do paciente oncológico. Considerando o estado individual e o tipo de câncer, a equipe da assistência nutricional elege a dieta mais indicada à manutenção dos níveis de nutrientes do paciente, visando proteger e preparar o seu organismo para as medicações – quer seja por quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia. Chefe de Nutrição do HP, Gildete Fernandes explica que, apesar das evoluções, os métodos terapêuticos do câncer ainda deprimem a imunidade, podendo gerar efeitos colaterais, como desconfortos gastrointestinais, náusea, vômito e lesões em mucosas. Tais aspectos exigem uma dieta que estimule a resposta ao tratamento. “Além nutrir, o alimento protege a mucosa gástrica e intestinal reduzindo os efeitos colaterais das medicações”.
Ao avaliar o paciente antes e após o diagnóstico, e trocar informações com a equipe assistencial, o nutricionista seleciona a dieta individualizada com precisão, assegurando a nutrição adequada até o final do tratamento. “Diante da terapia instituída, definimos a seleção de alimentos e a via de ingestão mais indicada, o suplemento nutricional ideal para cada situação, as interações de nutrientes e medicamentos, o teor de sal e a temperatura das preparações, que também devem estar adaptadas às condições de aceitabilidade do paciente”, explica.
Tratamento não invasivo
Com uma demanda aproximada de 100 pacientes por dia, a Radioterapia do HP tem alcançado melhores resultados através do trabalho integrado em todas as especialidades, e do atendimento humanizado e individualizado. A assistência completa ao paciente oferece as mais modernas tecnologias do mercado na condução de tratamentos personalizados na área. Nesse sentido, sistemas de localização por imagem (IGRT) garantem aplicações de radiação precisas, protegendo estruturas do corpo sadias. Hoje, todos os planejamentos terapêuticos do setor são baseados em Tomografia e noutros recursos de ponta como o PET-CT e a Ressonância Magnética, que proporcionam melhor qualificação das estruturas envolvidas no tratamento. Técnicas não invasivas como a Radiocirurgia também têm gerado benefícios significativos como ausência de cortes e poucas aplicações. “Os resultados desse tratamento para algumas patologias são semelhantes aos de intervenções cirúrgicas. Mais um Acelerador Linear de ultima geração deve ser adquirido, ampliando a capacidade de atendimentos do setor”, informa Dr. Arthur Rosa, especialista da Radioterapia do HP.
Acolhimento de enfermagem
Os avanços da medicina no tratamento, controle e cura do câncer, assim como, a longa sobrevida de portadores da doença, ainda não evitam a insegurança natural do paciente. A enfermeira chefe do Centro de Oncologia HP, Zuldimar Gomes, observa que desde o diagnóstico até a terapia – que pode incluir cirurgias, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e/ou imunoterapias – há grande demanda de recursos internos. Nessa hora o acolhimento de enfermagem representa um apoio fundamental. “O olhar do enfermeiro se volta para o ser humano que está fragilizado, necessitando não apenas de cuidados, mas, principalmente, de acolhimento. Essa humanização colabora para a aceitação da doença e melhor resposta terapêutica”, diz a enfermeira sobre o modelo assistencial do serviço e da internação no 5º andar do Hospital.
Apoio psicossocial
Durante toda a hospitalização, o paciente e sua família contam ainda com o suporte das equipes de Psicologia e Serviço Social do HP. A psicóloga Michele Tapioca ressalta que o acompanhamento psicológico se propõe a detectar precocemente sinais e sintomas indicadores de sofrimento psíquico, facilitando que o paciente ressignifique o processo de adoecer e amenize possíveis impactos à qualidade de vida, ao convívio com a cronicidade da doença e tratamento. “A atenção e cuidado psicológico perpassa ainda pelas intervenções direcionadas aos cuidadores formais e informais do paciente, visando fortalecer sua rede de apoio e familiar”, observa. À equipe de Serviço Social cabe o papel de mediar os interesses dos envolvidos (pacientes, seus familiares e Instituição), preservando a qualidade do cuidado, a resolutividade, o acolhimento humanizado, a desospitalização segura, entre outros aspectos da internação. “Orientamos os pacientes e seus familiares sobre os direitos sociais e previdenciários relacionados à assistência, evitando que esses fatores interfiram no processo terapêutico”, conclui a assistente social, Clara Novaes.
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