Trânsito é principal causa de politraumatismos na população — Hospital Português da Bahia
6 de maio de 2016
Trânsito é principal causa de politraumatismos na população
06 May 2016
Excesso de velocidade e distração com o uso do celular lideram as causas de acidentes automobilísticos no Brasil. Por ano, são cerca de 1,5 milhões de ocorrências – a maioria envolvendo motocicletas (90%) e os demais registros, automóveis (9%). Em 2013, mais de 170 mil internações hospitalares tiveram relação com o trânsito, segundo o Ministério da Saúde, e nas pesquisas, os politraumatimos ortopédicos aparecem como terceira causa mais frequente de hospitalização por acidentes automobilísticos. Diante desses dados, Dr. Nicolas Gerardo, coordenador da Emergência de Traumatologia e Ortopedia do Hospital Português (HP) – onde atuam 22 especialistas em coluna, ombro, cotovelo, quadril, joelho, pé, tornozelo e trauma –, destaca que a alta complexidade do tratamento de múltiplos traumatismos exige profissionais altamente qualificados, trabalho multidisciplinar e estrutura assistencial preparada para o pronto atendimento. “Acidentes de trânsito, frequentemente, causam múltiplas lesões e fraturas que demandam assistência de diferentes áreas da ortopedia. A multidisciplinaridade é essencial para reduzir riscos dos traumas ortopédicos. Ter infraestrutura adequada disponível é fundamental nesse tipo de assistência”.
Avanços na cirurgia dos membros inferiores
Estudos sobre os principais tipos de lesões causadas por acidentes com motociclistas e as regiões do corpo mais atingidas demostram que a área frequentemente comprometida e gravemente lesionada é a dos membros inferiores.
No levantamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT (órgão vinculado ao Ministério dos Transportes), feito em 2009, com 1.148 pessoas, sobre o percentual de distribuição das lesões nas áreas do corpo decorrentes de acidentes de trânsito, os traumas ortopédicos foram a terceira causa de internação mais frequente, dentre as vítimas de acidentes de trânsito. A maioria (73%) das lesões foi observada na região dos membros inferiores, particularmente, na perna. A alta exposição das extremidades nesses condutores é causa frequente de luxações, contusões, traumas e até fraturas. Quase sempre a intervenção cirúrgica é a opção terapêutica empregada nesses pacientes.
Dr. Gustavo Azi, especialista em joelho da Ortopedia do HP, informa que, hoje, o tratamento cirúrgico dos traumas que afetam a estrutura óssea de pernas e joelhos conta com modernos recursos e técnicas cirúrgicas inovadoras que têm contribuindo para a recuperação mais rápida do paciente, reduzindo os longos períodos de imobilização. “Os avanços na ortopedia nos permitem empregar métodos mais eficientes no tratamento de lesões comuns nos acidentes automobilísticos, como as fraturas do platô tibial ou fratura da parte superior da perna (tíbia), e as luxações (deslocamentos) do joelho”, observa.
Trauma dos membros superiores é o segundo mais frequente no trânsito
Depois dos membros inferiores, os politraumatismos nas regiões do tórax e membros superiores são os que mais demandam assistência ortopédica entre as vítimas de acidentes de trânsito, sobretudo, no que se refere a intervenções cirúrgicas. Fraturas do úmero (osso do braço articulado ao ombro), por exemplo, correspondem a cerca de 3% de todas as fraturas no paciente politraumatizado.
No Hospital Português, inovações terapêuticas têm sido comumente empregadas nesses tipos de lesões, conforme explica Dr. Luis Alfredo Gómez, vice-coordenador da Ortopedia. “Hoje, o paciente tem o seu tratamento cirúrgico com a utilização das técnicas mais avançadas no mundo, possibilitando uma reabilitação precoce”. De acordo com tipo de lesão também podem ser utilizadas técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, com incisões mínimas, para a introdução de parafusos percutâneos, tendo como vantagens menor dano para a musculatura, redução da dor no pós-operatório, além de favorecer a recuperação mais rápida do paciente.
Outra área bastante atingida por fraturas complexas nos acidentes de trânsito é a coluna vertebral. Em cidades como Salvador esse tipo de ocorrência em motociclistas é cada vez mais comum. O especialista em coluna da Ortopedia do HP, Dr. Fabricio Chies Barcelos, informa que em até 50% dos casos, o paciente apresenta outros danos associados como lesões pulmonares (20%) e lesões abdominais (10%). Nessas situações, o pronto atendimento multidisciplinar é essencial para a correção de fraturas ou deslocamentos articulares, com participação de cirurgiões, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, entre outros profissionais. “Vítimas de acidentes de trânsito com politraumatismos apresentam mais frequentemente lesões na coluna torácica e lombar devido a danos neurológicos associados. A estabilização dessas lesões e o tratamento buscam evitar o agravamento do quadro para promover a recuperação plena do paciente. Essa avaliação precisa ser holística para definir a abordagem mais adequada”, observa.
Prevenção com cinto de segurança
Apesar da ampla divulgação sobre a importância do uso do cinto de segurança e da obrigatoriedade de sua utilização por todos os ocupantes dos veículos automotores (inclusive no banco traseiro), estabelecida há quase duas décadas pelo Código de Trânsito Brasileiro – CTB, apenas 50,2% dos brasileiros têm o hábito de utilizar esse dispositivo de proteção no banco de trás do veículo, conforme pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mesmo tempo, um estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) mostra que o dispositivo reduz o risco de morte em 45% no banco da frente, e em até 75%, no banco traseiro.
Dr. Djalma Amorim, especialista em coluna da Ortopedia do HP, observa que em um acidente, quem está no banco traseiro sofre um impacto cinco vezes maior que o ocupante do banco da frente. “Usar o cinto de segurança diminui as chances de traumas, polifraturas graves e morte. É preciso conscientizar as pessoas através de políticas públicas de educação, segurança e saúde, para reverter a tendência de crescimento dos acidentes automobilísticos”, adverte.
Emergência de Traumatologia e Ortopedia do HP
Polifraturas e lesões traumáticas causadas por acidente de trânsito, queda, práticas esportivas ou recreativas, incluem as ocorrências atendidas na Emergência de Traumatologia e Ortopedia do Hospital Português. Aberta24 horas por dia em regime de pronto atendimento, a unidade avalia situações de gravidade otimizando o acolhimento aos pacientes. Outra comodidade é o acesso independente pela Avenida Princesa Isabel, ao lado da Maternidade Santamaria. A assistência de urgência e emergência do Serviço possui profissionais qualificados nas diversas subespecialidades da ortopedia (coluna, ombro, cotovelo, mão, punho, quadril, joelho, pé, tornozelo e trauma), além de moderna estrutura com dois consultórios e oito leitos de observação, ressonância magnética, tomografia computadorizada, raio-x digital e ultrassonografia.
A equipe participa ainda da avaliação multidisciplinar de pacientes internados e do acompanhamento após a alta hospitalar no Ambulatório Ortopédico, no Centro Médico HP (salas 401 e 402).
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