Microcefalia: dúvidas frequentes — Hospital Português da Bahia
11 de julho de 2016
Microcefalia: dúvidas frequentes
11 July 2016
Malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve adequadamente, a microcefalia sempre esteve associada a anomalias cromossômicas (síndromes de Down, de Edwards, de Patau), infecções congênitas (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, sífilis), exposição materna a agentes teratogênicos na gravidez (alguns medicamentos, radiação, consumo de álcool ou drogas), dentre outros fatores. Contudo, após o surto de infecções por Zika vírus, em 2014, o aumento de casos de microcefalia no Brasil tem sugerido uma correlação entre essas patologias. Mesmo com políticas públicas instituídas para esclarecimento da comunidade, a situação ainda gera dúvidas, especialmente, entre as gestantes. Dr. João Rafael Carneiro, especialista responsável pelo Ambulatório de Imagem Fetal do Hospital Português, esclarece alguns questionamentos frequentes no atendimento clínico. Confira!
1)Como se faz o diagnóstico da microcefalia durante a gestação?
A doença pode ser diagnosticada durante a gestação, quando na avaliação ultrassonográfica for identificada uma medida de circunferência cefálica abaixo do esperado para a idade gestacional, bem como, um crânio proporcionalmente pequeno em relação às outras medidas do feto. Geralmente, a microcefalia não se apresenta de forma isolada, podendo ser acompanhada de outras malformações que, dependendo do caso, podem ser melhor avaliadas com o auxilio da Ressonância Magnética Fetal.
2)Um ultrassom normalafastacompletamente o diagnóstico de microcefalia?
Não. A redução do perímetro cefálico ocorre porque o “cérebro para de crescer”, assim, pode levar algum tempo para o problema ser percebido nos exames de imagem. Por exemplo, se a causa da microcefalia ocorrer no final do primeiro trimestre da gravidez, o ultrassom morfológico do segundo trimestre (20 a 24 semanas) pode não detectar ainda a malformação. Logo, só adiante a microcefalia será ou não percebida em novo exame.
3) Qual o prognóstico dos bebês microcefálicos, eles podem se desenvolver normalmente?
Em crianças com microcefalia são comuns atraso intelectual e motor, paralisia cerebral, epilepsia, distúrbios oftalmológicos e hiperatividade. Mas, esses problemas dependem de diversos fatores (causa subjacente, grau de acometimento do cérebro, malformações associadas, dentre outros). Apenas a medida do perímetro cefálico não revela se haverá desenvolvimento normal ou não. A princípio, quanto menor a circunferência, maior a gravidade das sequelas; mas, essa correlação não é bem comprovada. Após o nascimento, exames como Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética podem ajudar no diagnóstico de eventuais malformações cerebrais. Porém, não é possível responder precisamente se haverá transtornos e quais serão.
4) Existe tratamento para microcefalia?
Na maioria das vezes, ainda não é possível fazer o cérebro voltar ao seu tamanho e forma normais. Há casos onde o problema no crescimento não tem relação com alterações na estrutura cerebral, mas com o fechamento precoce das suturas cranianas, como a cranioestenose. Nestas situações, o procedimento cirúrgico pode permitir o crescimento normal do cérebro. O acompanhamento pediátrico constante do bebê microcefálico e sua inserção em programas multidisciplinares (fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia) para estimulação precoce, contribuem no seu desenvolvimento intelectual e motor. Se houver complicações como epilepsia ou alterações visuais específicas, podem ser introduzidos medicamentos ou terapias direcionadas.
5) Existem formas de prevenira microcefalia?
A microcefalia tem fatores etiológicos diversos, em muitos casos, não há prevenção. Entretanto, alguns cuidados podem ajudar a evitar algumas infecções ou agentes descritos na literatura médica como possíveis causadores do problema, tais como: não ingerir carnes cruas e saladas com procedência desconhecida, não usar medicamentos sem indicação médica, manter o cartão vacinal atualizado conforme orientação médica, usar repelentes e não se expor a situações de risco na gestação ou planejamento desta. Ainda assim, nem sempre é possível evitar infecções e garantir que a criança não terá microcefalia.
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