Suplementos proteicos, anabolizantes e doença renal — Hospital Português da Bahia
11 de julho de 2016
Suplementos proteicos, anabolizantes e doença renal
11 July 2016
Entre atletas profissionais e praticantes de atividade física regular é cada vez mais comum o consumo de substâncias que estimulam o ganho rápido de musculatura, a chamada massa magra. Na busca por um corpo “sarado” muitos recorrem a dietas hiperproteicas enriquecidas por suplementos alimentares a base de creatina, albumina, entre outras fontes de proteínas. Nas academias de ginástica ou fora delas, o boca a boca sobre os resultados alcançados é um forte incentivador para o consumo indiscriminado dessas substâncias, inclusive de hormônios sintéticos como os esteroides androgênicos anabolizantes (EAA). Médica líder do Serviço de Nefrologia do Hospital Português, Dra. Margarida Dutra observa os riscos desse comportamento para a saúde. “Na Bahia e em outras regiões brasileiras já temos relatos de pacientes jovens em programas de hemodiálise e transplante renal por terem desenvolvido insuficiência renal crônica devido ao uso indiscriminado de EAA e suplementos proteicos”, informa a especialista.
Suplementos Proteicos
Popularizados na atualidade, os suplementos proteicos são muito utilizados entre os adeptos da musculação e os que anseiam por contornos bem definidos. Apesar de no Brasil a comercialização destes produtos ser liberada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA orienta que tais suplementos são destinados a populações específicas, isto é, atletas e pessoas com necessidade nutricional particular, e que requerem acompanhamento médico e de nutricionista. A entidade informa ainda que uma pessoa saudável, que mantém uma alimentação balanceada como fonte de nutrientes e quantidades adequadas de proteínas, não precisa desse consumo extra.
Esteroides Androgênicos Anabolizantes (EAA)
Substâncias sintéticas (produzidas em laboratório), os esteroides anabolizantes são indicados no tratamento de algumas condições clínicas, sempre com orientação médica. Alguns exemplos são queimaduras severas, anemia aplástica, catabolismo crônico em pacientes com HIV e determinadas neoplasias. Dra. Margarida informa que o uso de EAA por praticantes de atividade física para potencializar a hipertrofia muscular pode trazer complicações diversas, tais como hepatotoxicidade, alterações nos lipídeos sanguíneos, problemas neuropsiquiátricos e efeitos adversos no sistema endócrino masculino (atrofia testicular, diminuição da fertilidade, ginecomastia). “A complicação mais grave foi descrita nos últimos anos: a doença renal crônica. Temos um estudo na literatura médica internacional, comprovado com biópsia renal, que mostra a agressão dos EAA aos rins”, ressalta a nefrologista.
Com base na experiência clínica, Dra. Margarida informa que tem sido observado um aumento na procura por médicos nefrologistas entre pacientes jovens que apresentam doença renal crônica em estágios variáveis, tendo em comum a utilização de dietas hiperproteicas associadas a suplementos proteicos, EAA e até mesmo medicamentos de uso veterinário. “Apesar da facilidade de acesso dos jovens a esses produtos, muitos desconhecem os efeitos adversos a que estão sujeitos com o uso contínuo. É preciso mais informação sobre os riscos potenciais dessas substâncias, que só devem ser utilizadas com acompanhamento médico”.
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