A ciência comprova: quanto mais tempo o corpo humano se exercita, menores são as chances de adoecer por problemas crônicos não transmissíveis. Doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, colesterol alto, obesidade, depressão, câncer, entre outros males relacionados à vida moderna. Ao mesmo tempo, praticar exercícios regularmente beneficia o organismo de diversas formas, em todas as idades – regula o metabolismo, eleva a capacidade funcional, a resistência óssea, cardiorrespiratória, a imunidade. Tudo isso se traduz em maior longevidade com qualidade de vida, bem-estar físico e mental, segundo a especialista do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital Português, Dra. Maria Creusa Rolim. “Com o envelhecimento, diversas reações metabólicas impactam no desempenho do corpo e da mente. A prática esportiva regular ou de atividade física, com avaliação médica prévia e orientação especializada, torna possível desacelerar esse processo. Claro, é preciso também modificar hábitos alimentares, ter esforço individual e perseverança; porém, quanto mais cedo acontecer a mudança mais duradouros são os resultados alcançados”, destaca.
Como não existe uma atividade física ideal para proporcionar tais benefícios, a endocrinologista lembra que é preciso respeitar a individualidade, ou seja, a aptidão física, as preferências e o nível de motivação de cada pessoa. “O esporte tem a recreação e interação social como vantagens, mas, nem toda atividade pode ser praticada por todos. Pessoas com limitações na coluna cervical possivelmente possuem mais restrições à prática esportiva da natação; do mesmo modo, problemas na articulação do joelho ou patela limitam a prática de corrida, exercícios em barra, dentre outros. O segredo é respeitar essas especificidades e buscar orientação especializada de endocrinologistas, nutricionistas, fisioterapeutas, ortopedistas, médicos do esporte, para obter resultados positivos e uma rotina mais saudável e feliz”. Diante dos Jogos Olímpicos no Brasil, a especialista sugere observar as diferentes modalidades esportivas e se inspirar. Para ajudar nessa escolha, listamos os benefícios de alguns dos esportes olímpicos mais populares entre os brasileiros. Confira!
Futebol
No campo, na quadra ou na várzea, o futebol encontra espaço para ser praticado por pessoas de diferentes classes sociais e faixas etárias em nosso país. A atividade caracterizada por deslocamentos rápidos e contínuos promove maior absorção de oxigênio, agilidade física e mental, movimentação de vários grupos musculares, ganhos de força e resistência em músculos e articulações, além de alto gasto calórico entre os seus praticantes. Segundo um estudo da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, publicado no Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports, em 2014, os idosos também se beneficiam dessa atividade. Durante quatro meses, os pesquisadores observaram o desempenho de 27 estreantes no futebol recreativo, com idades entre 63 e 70 anos, comprovando aumento na função cardiorrespiratória, fortalecimento dos ossos, diminuição da pressão arterial, entre outras melhorias para a saúde. O grande alerta é dado pelos cardiologistas aos atletas esporádicos, que costumam abandonar o sedentarismo apenas no fim de semana e ficam expostos aos riscos de problemas cardíacos, como arritmias e até morte súbita. Preparação é a palavra de ordem para a prática adequada de qualquer modalidade esportiva.
Vôlei
Foi com a conquista da medalha de ouro pela seleção masculina de vôlei nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, que o esporte ganhou a simpatia dos brasileiros e passou a ser praticado em quadras e areias de praia nas diferentes regiões do país. As medalhas seguintes, obtidas pelas seleções de ambos os gêneros, apenas firmaram a paixão nacional pelo esporte. A prática do vôlei requer deslocamentos contínuos, alto gasto calórico e muita estratégia. Essa dinâmica exige o esforço de diferentes grupos musculares e, consequentemente, favorece o desenvolvimento da chamada massa magra. Dra. Creusa lembra que para manter o alto rendimento esportivo e o crescimento muscular é preciso repor a energia gasta. “Alimentar-se a cada 3 horas força o organismo a metabolizar calorias, potencializando o ganho muscular. Mas é importante comer porções menores e alimentos saudáveis para não se sentir pesado, facilitando a digestão e a maior queima energética. Esse cuidado melhora a ‘produtividade do organismo’ e melhor produtividade é igual a maior metabolismo com músculos mais felizes e alimentados”.
Lutas
Taekwondo, boxe, judô, são alguns dos estilos de lutas olímpicas mais disseminadas no mundo inteiro. Seguindo regras específicas de contato com o adversário, todas elas possuem em comum o desenvolvimento de condicionamento físico, agilidade corporal, flexibilidade, equilíbrio, força, coordenação motora, queima calórica intensa, redução do estresse, aprendizado da disciplina, confiança, autoestima, controle da ansiedade, dentre outros ganhos. A orientação técnica é essencial para o praticante de qualquer tipo de luta a fim de adequar o treino, evitar lesões e potencializar resultados benéficos. Seguindo a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), para evitar o sedentarismo, toda atividade física moderada deve ser feita pelo menos por 150 minutos semanalmente, o equivalente à 30 minutos diários.
Ciclismo
Com o passar dos anos, o metabolismo de toda pessoa reduz naturalmente. Isso ocorre por alterações hormonais próprias do envelhecimento e uma das consequências desse processo é a perda de massa muscular. Assim, preservar os músculos é uma alternativa para frear o envelhecimento e o meio ideal para esse resultado é exercita-se regularmente. “A frequência na realização do exercício é essencial porque ao cessar a atividade, apesar da memória muscular, os benefícios colhidos podem ser desfeitos”, explica Dra. Maria Creusa. Para quem nutre esse objetivo e deseja elevar o condicionamento físico progressivamente com uma atividade de baixo impacto, uma boa opção é o ciclismo. Outras modalidades olímpicas de maior intensidade são o ciclismo de estrada, montain bike, ciclismo de pista e BMX (bicicross). Devido à repetição de movimentos nos membros inferiores a atividade aeróbica proporciona ganho de massa muscular e fortalecimento das articulações. Segundo a endocrinologista, pedalar auxilia ainda na queima calórica, regulação dos níveis de colesterol e triglicérides, e no controle do peso corporal.
Corrida
Praticidade costuma ser um argumento frequente entre os adeptos da corrida. Basta uma roupa e um calçado adequados, um local com piso regular e, pronto, está dada a largada. A intensidade costuma variar conforme o nível de condicionamento físico do praticante, mas os benefícios à saúde física e mental podem ser percebidos com a constância da prática. Alguns exemplos são: alto consumo de gordura (usada como fonte de energia), redução de triglicérides e colesterol ruim (LDL), principais causadores do entupimento arterial (aterosclerose); melhora do funcionamento cardiorrespiratório, ganho de massa óssea, aumento da resistência muscular, da imunidade, além de maior disposição, melhora da concentração e memória. “O exercício físico repetido leva a hipertrofiar muscular e retarda o envelhecimento. Mesmo quando a musculatura não é visível, ela age na antioxidação, ou seja, prolonga a jovialidade. Exercitar-se regularmente ainda libera hormônios responsáveis pelas sensações de felicidade e bem-estar”, observa a endocrinologista.
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