Linfomas
08 August 2016
Os linfomas são doenças malignas que surgem geralmente no sistema linfático, mais comumente nos linfonodos, popularmente conhecidos com “ínguas”. São doenças bastante heterogêneas, ou seja, podem apresentar-se desde o aumento de um linfonodo em qualquer região do corpo, até comprometimento associado ou isolado de órgãos como fígado, baço, cérebro, estômago, intestino, sangue, entre outros. Em geral, a suspeita surge do aumento progressivo de um ou mais linfonodos com ou sem sintomas como febre persistente sem causa aparente, suor excessivo (sudorese), perda de peso inexplicada, ou sintomas relacionados ao comprometimento de órgãos.
São doenças sem causa evidente na sua grande maioria. Em alguns pacientes conseguimos identificar fatores como infecção pelo vírus do HIV, o vírus do HTLV, muito comum na Bahia, algumas doenças autoimunes, infecção por bactérias, sendo o maior exemplo a H. pylori que infecta o estômago, naqueles submetidos a tratamentos prévios como transplante de órgãos e raríssimos casos familiares.
Os linfomas são divididos em dois grupos: linfoma de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin, sendo que este último tem mais de 30 subtipos descritos na atualidade. A diferença entre eles baseia-se na biópsia, ou seja, na anatomia patológica e imunohistoquímica, e clinicamente os linfomas de Hodgkin costumam surgir em jovens como aumento de linfonodos no pescoço ou tórax associado à febre, sudorese ou perda de peso, enquanto os linfomas não Hodgkin não tem predominância de idade, podem aparecer em qualquer local do corpo, associados ou não a esses sintomas.
Os linfomas não Hodgkin são divididos em indolentes, ou seja, de crescimento lento (meses a anos), agressivos e muito agressivos, que como o próprio nome diz tem crescimento rápido (semanas ou dias) e exigem tratamento com quimioterapia com ou sem imunoterapia. Essa decisão médica dependerá do subtipo, do estado do paciente ao diagnóstico e suas doenças anteriores. Os linfomas indolentes, na sua grande maioria, são incuráveis e podem ser inclusive acompanhados sem tratamento específico devido ao seu crescimento muito lento. O transplante de medula óssea é uma opção em alguns casos, especialmente após o tratamento inicial ou de uma recaída da doença, ou seja, nunca é realizado logo ao diagnóstico, além de exigir alguns critérios como idade (em geral abaixo de 65 anos), bom estado de saúde e preferencialmente após o controle total do linfoma.
A Hematologia tem evoluído muito nos últimos anos com surgimento de drogas que aumentam a chance de cura ou controle, além de melhorarem a qualidade de vida de muitos pacientes. A decisão de cada passo do tratamento deve ser tomada em conjunto com a equipe médica. O Hospital Português tem buscado constantemente a excelência no suporte aos seus pacientes, acreditando sempre que podemos oferecer um tratamento avançado e humanizado seguindo as boas práticas da Medicina.
Revista Imagem Real – Agosto 2016
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