Medicamentos na hospitalização — Hospital Português da Bahia
8 de agosto de 2016
Medicamentos na hospitalização
08 August 2016
No século 16, o médico Paracelso, fundador da Bioquímica e Toxicologia, já dizia: a dose correta é o que diferencia um veneno de um remédio. Seu pensamento era embasado na observação de reações orgânicas causadas pela ingestão de certas substâncias – desde um chá a base de ervas até medicamentos. Passaram-se séculos, mas os riscos do uso inadequado de medicamentos permanecem: efeitos colaterais, agravamento de doenças e danos irreversíveis à saúde. Especialista do Serviço de Farmácia Clínica do Hospital Português, Nathalie Leal ressalta que para curar ou atenuar doenças, qualquer medicamento requer orientação quanto ao uso, indicação, dosagem e frequência adequadas. Nesta entrevista, ela esclarece dúvidas frequentes sobre como o paciente hospitalizado pode auxiliar na terapia medicamentosa, reduzindo riscos e ampliando a segurança assistencial. Confira!
1) Como o paciente internado pode contribuir para a qualidade da assistência?
O paciente pode ser o maior parceiro da equipe assistencial, contribuindo para o plano de cuidado instituído durante a sua hospitalização, principalmente, durante a coleta de informações sobre sua experiência medicamentosa. Para tanto, deve detalhar os seus problemas de saúde (em curso e passados), os medicamentos em uso, as alergias medicamentosas, além de sua adesão à terapia. Essa participação é tão relevante que amplia a segurança assistencial, reduz ocorrências de eventos adversos (por ausência de informações) e contribui, inclusive, no direcionamento de estratégias mais efetivas para a recuperação da saúde.
2) Como o HP atua quando o paciente apresenta dificuldade para entender ou expressar claramente os medicamentos que utiliza?
A equipe do Serviço de Farmácia busca a informação mais completa, específica e atualizada dentro das possibilidades do paciente. Na entrevista de acompanhamento hospitalar ou ambulatorial pode haver questionamentos sobre os medicamentos em uso para a melhor avaliação do paciente. O profissional de saúde precisa ser informado a esse respeito. Caso o paciente tenha dificuldades em relatar essas informações, pode eleger um familiar ou pessoa da sua confiança. Uma dica simples é anotar os medicamentos utilizados e as alergias medicamentosas e guardá-los como um documento para consulta rápida sempre que necessário.
3) O paciente hospitalizado pode continuar tomando as medicações usadas em casa?
Esta é uma das principais dúvidas do paciente internado. A orientação é sempre individualizada. Há situações em que toda a terapia prévia é alterada durante a hospitalização, outras vezes requer ajustes nas dosagens com aumento ou redução transitória. Nas programações cirúrgicas, por exemplo, ou devido a exames ou procedimentos, intoxicações, reações alérgicas ou condição de saúde do paciente pode ser preciso suspender todo tratamento anterior, podendo ser retomado ou até modificado posteriormente. Por isso, o paciente não deve de modo algum fazer uso por conta própria de medicamentos na hospitalização sem a orientação do seu médico e caso tenha dúvida, deve sempre questioná-lo a respeito.
4) Ao receber alta hospitalar, como o paciente deve utilizar suas medicações?
No momento da desospitalização o paciente deve ser informado se precisa ou não manter as medicações usadas antes da internação e jamais deixar o hospital com dúvidas. É primordial que tanto o paciente como o seu familiar e/ou responsável entendam as alterações na terapia, realizadas durante o internamento, e se todos os medicamentos anteriores serão retomados ou substituídos. O paciente tem o direito de ser orientado sobre: finalidade do medicamento, como utiliza-lo, cuidados específicos, horários de uso, alterações transitórias, riscos e interações medicamentosas. Para obter mais informações ou se tiver incertezas sobre como usar um novo medicamento, o paciente ou seu familiar pode solicitar orientação farmacêutica, durante o internamento ou após a alta hospitalar. O Serviço de Farmácia está disponível em período integral para informações sempre que solicitado.
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No século 16, o médico Paracelso, fundador da Bioquímica e Toxicologia, já dizia: a dose correta é o que diferencia um veneno de um remédio. Seu pensamento era embasado na observação de reações orgânicas causadas pela ingestão de certas substâncias – desde um chá a base de ervas até medicamentos. Passaram-se séculos, mas os riscos do uso inadequado de medicamentos permanecem: efeitos colaterais, agravamento de doenças e danos irreversíveis à saúde. Especialista do Serviço de Farmácia Clínica do Hospital Português, Nathalie Leal ressalta que para curar ou atenuar doenças, qualquer medicamento requer orientação quanto ao uso, indicação, dosagem e frequência adequadas. Nesta entrevista, ela esclarece dúvidas frequentes sobre como o paciente hospitalizado pode auxiliar na terapia medicamentosa, reduzindo riscos e ampliando a segurança assistencial. Confira!
