Paternidade: vínculo essencial desde a gestação — Hospital Português da Bahia
8 de agosto de 2016
Paternidade: vínculo essencial desde a gestação
08 August 2016
Graças a iniciativas de estímulo ao reconhecimento paterno em todo o país, hoje, o Brasil comemora a quase erradicação do número de crianças sem registro civil de nascimento até o primeiro ano de vida (1%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Apesar desse avanço, Dr. Leomar Lyrio, coordenador médico da Maternidade Santamaria – primeira da rede privada de Salvador a emitir certidões de nascimento com número de CPF, gratuitamente, através do projeto “Minha Certidão”, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) – lembra que ser pai transcende a responsabilidade civil assegurada pela constituição, envolvendo atenção, carinho e cuidados dedicados à criança desde o seu nascimento. “Assim como a mãe, o pai tem papel fundamental na vida dos filhos. Estabelecer esse vínculo afetivo desde a gravidez transmite segurança e conforto psicoemocional à gestante, fortalece a atuação paterna no pré-natal e pós-parto e, sobretudo, estimula o desenvolvimento pleno do bebê”, destaca.
O especialista informa que pequenas atitudes podem inserir o pai no contexto da gestação, atenuando a ansiedade causada pela chegada de um filho. Uma delas é participar das consultas com o obstetra, dividindo a responsabilidade de cuidados pré-natais entre o casal. “A presença do pai no pré-natal é importante para absorver orientações essenciais que, por estresse, a gestante pode deixar escapar, como as relacionadas a medicamentos. Além disso, um carinho na barriga da grávida ou a voz paterna são estímulos percebidos pelo bebê ainda no útero, que representam o primeiro elo entre pai e filho”. Dr. Leomar destaca que é comum o homem se assustar diante dos cuidados demandados pelo recém-nascido, mas com orientação adequada e prática diária o medo pode ser afastado. “O pai deve participar dos cuidados básicos do recém-nascido, ajudando no preparo da amamentação, a alimentar, dar banho, trocar fralda, passear. Ao manter-se presente, ele fortalece os laços familiares entre pai, mãe e filho. Esse contato é essencial para a saúde física e emocional do bebê”.
O analista de sistemas Renyclay Quadros de Souza, 32 anos, tentou ser participativo desde o começo das gestações dos seus filhos (Romeo, de 1 ano e 9 meses, e Theo, de 2 meses). Para se preparar para a chegada do segundo filho, ingressou sozinho no Curso Preparatório de Pais da Maternidade Santamaria, assumindo a responsabilidade de absorver os ensinamentos de enfermeiras, nutricionistas, médicos, entre outros especialistas, nos dois dias de aulas teóricas e práticas, para transmiti-los a esposa gestante (ausente por motivos profissionais). “Foi muito bom encontrar outros pais com dificuldades parecidas, ver os palestrantes esclarecerem situações que precisei aprender na prática com meu primeiro filho. O treinamento gera maior segurança para os pais se apropriarem do seu papel”, diz Renyclay, ressaltando que a vontade de ser um pai atuante supera qualquer insegurança relacionada aos pequenos. “Para o pai, que não possui uma ligação tão direta com o bebê como a mãe, toda experiência é um aprendizado muito grande e deve ser aproveitada. Estou crescendo junto com os meus filhos. Ser pai é manter uma troca constante em que toda a família ganha”, conclui.
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