O Dia Nacional de Combate à Sífilis, instituído no terceiro sábado de outubro, alerta sobre a necessidade de prevenir, diagnosticar e tratar precocemente esta Infecção Sexualmente Transmissível (IST), causada pela bactéria treponema pallidum. Durante décadas o Brasil tentou controlar a transmissão da doença, contudo, nos últimos anos, o Ministério da Saúde (MS) tem apontado um crescimento no número de casos de Sífilis congênita no país (transmitida da mãe para criança na gestação). Em 2013, foram mais de 21 mil notificações da doença em gestantes – com maior incidência na região Sudeste, seguida do Nordeste, segundo o boletim epidemiológico de 2015. De acordo com o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, órgão ligado ao MS, em gestantes, a incidência chega a ser quatro vezes maior que a da infecção pelo HIV. A Organização Mundial de Saúde – OMS estima 1 milhão de casos de sífilis por ano entre mulheres grávidas. Dr. Alessandro Farias, médico líder da Infectologia do Hospital Português esclarece as razões para o aumento do contágio por Sífilis entre os brasileiros e ressalta os meios de prevenção e tratamento precoce da doença. Confira a entrevista!
1.Por que o Brasil tem apresentado um aumento no número de pessoas com Sífilis, após anos de tentativa de controle dessa infecção?
No Brasil, o maior número de casos de Sífilis traduz um relaxamento perigoso da população no uso do preservativo. Outra razão para essa incidência é o recente desabastecimento nacional de Benzetacil (antibiótico de escolha para tratamento da Sífilis), associado ao fato desta medicação ser uma das drogas de maior uso inadequado, visto que, atualmente, sua utilização tem indicações restritas. Além disso, tem-se observado um aumento de determinadas Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), como a Sífilis, em portadores do vírus HIV que procuram parcerias com este mesmo diagnóstico para a prática de sexo sem proteção por camisinhas.
2.Quais os grupos de maior risco para contrair essa doença?
Na realidade, qualquer pessoa que pratique sexo sem preservativos está potencialmente vulnerável a adquirir uma IST. Porém, de acordo com estudos, a possibilidade de risco adicional está associada a situações que envolvam: mais de uma parceria sexual, uso abusivo de drogas, presença de outra IST, homens que fazem sexo com homens e profissionais do sexo.
3.Como deve ser a prevenção efetiva da Sífilis?
Usar preservativo, tanto masculino quanto feminino, é essencial para prevenir qualquer IST. Na Sífilis, o diagnóstico precoce precisa acontecer em paralelo ao tratamento do parceiro (a) e de outras IST. Nesse sentido, campanhas de “Fique Sabendo” regulares auxiliam a detecção precoce. Também é ideal rastrear essas infecções anualmente e, no caso de pessoas que estão submetidas a riscos adicionais, esse rastreamento deve acontecer 2 ou 3 vezes por ano.
4.A ausência de sintomas dificulta o tratamento precoce? Quais os impactos disso para o portador de Sífilis?
A Sífilis é uma doença extraordinária por possuir manifestações clínicas variadas, incluindo ausência de sintomas, manifestações fora da região genital e mimetização de outras doenças. Na realidade, em sífilis tudo é possível! Essa diversidade de manifestações clínicas dificulta o diagnóstico e permite que a doença evolua para estágios mais tardios.
5.A Sífilis possui diferentes estágios de evolução. O tratamento precoce possibilita a sua cura completa?
Apesar de ser uma doença com possibilidades de complicações, a Sífilis é curativa. As estratégias de tratamento variam de acordo com os estágios da doença e se há ou não envolvimento do sistema nervoso central. Após o tratamento adequado, é imprescindível o acompanhamento posterior para determinar a cura clínica ou necessidade de retratamento.
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