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Jejum e intervenções médicas — Hospital Português da Bahia

12 de dezembro de 2016

Jejum e intervenções médicas

12 December 2016

protocoloUm dos recursos que auxiliam a realização de análises clínicas e procedimentos cirúrgicos é a abstinência total ou parcial de alimentos pelo paciente. De acordo com a intervenção a ser realizada, o jejum pode variar de 2 horas até 12 horas. Quem esclarece o assunto é Dr. Gustavo França, coordenador médico do Centro Cirúrgico do Hospital Português (HP), Instituição que está implantando o Protocolo de Abreviação de Jejum na rotina assistencial, e a nutricionista Gildete Fernandes, chefe do Serviço de Nutrição do HP.

Antes de exames

“O jejum que antecede análises clínicas visa adequar os índices analisados aos valores de referência, para evitar alterações no diagnóstico clínico”, explica Gildete. Embora cada pessoa tenha um metabolismo próprio, os exames empregam valores de referência pautados no tempo médio que um organismo sadio leva para metabolizar os alimentos da última refeição. Assim, avaliações de glicose para diagnosticar diabetes demandam jejum de 8 horas, já exames dos níveis de colesterol e triglicerídeos requerem suspensão de alimentos por 12 horas. Contudo, seja qual for o exame clínico, a nutricionista destaca a importância de nunca permanecer em jejum por mais de 14 horas. “O jejum prolongado causa alterações metabólicas que comprometem a análise laboratorial e debilitam o organismo”.

Jejum pré-cirúrgico                                                            

A fim de controlar e reduzir o tempo de jejum para cirurgias eletivas, buscando a qualidade e segurança do paciente, o Hospital Português está implantando progressivamente o Protocolo de Abreviação de Jejum nas rotinas da assistência. A medida visa normatizar a prática correta do jejum, assegurando que a restrição alimentar dure apenas o tempo necessário para cada procedimento. “Abreviar o tempo de jejum do paciente antes de cirurgias, procedimentos e exames, e quando possível, no período pós-operatório, é fundamental para favorecer o processo de recuperação do paciente”, observa Dr. Gustavo.

O médico informa ainda que o jejum pré-operatório visa estabelecer um tempo necessário para o esvaziamento gástrico e evitar a broncoaspiração. Ao mesmo tempo, estudos demonstram que o jejum prolongado está associado a maior produção de mediadores inflamatórios que aumentam a resposta orgânica com inúmeros efeitos, como aumento da resistência insulínica e, dependendo do porte da operação, inflamação sistêmica. Assim, o Protocolo determina que a refeição sólida ocorra 8 horas antes da cirurgia e a ingestão de líquidos claros aconteça até 2 horas antes do procedimento, desde que não haja contraindicações. “Nada deve ser ingerido nas duas horas que antecedem a cirurgia, contudo, abreviar o tempo de jejum com a administração de soluções de líquidos calóricos, reduz a incidência de náuseas e vômitos, melhora os resultados cirúrgicos e o bem-estar do paciente”, conclui.

Revista Imagem Real – Dezembro 2016
http://www.hportugues.com.br/imprensa/revista-imagem-real