Incidência de cálculo renal aumenta no verão — Hospital Português da Bahia
2 de março de 2017
Incidência de cálculo renal aumenta no verão
02 March 2017
Sol, calor e transpiração. Se essas são características presentes no cotidiano dos baianos ao longo do ano, o que falar do verão, época em que a sensação térmica no Estado costuma chegar aos 40°C? Aumentam as temperaturas e também os riscos à saúde. Todos os anos, somente nos meses de janeiro a março, o número de pessoas com cálculo renal cresce cerca de 30%, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia. O motivo? Um dos mais simples: com a elevação da temperatura, é normal transpirar mais. A ingestão de água, no entanto, nem sempre se eleva na mesma proporção dessa perda.
Médico do Serviço de Urologia do HP, Dr. Cássio Pugas explica que o cálculo renal é caracterizado pela formação de uma massa sólida composta por minerais que surge dentro dos rins. “O cálculo se forma quando a quantidade de água na urina não é suficiente para dissolver todos os sais presentes”, afirma. Retornando a sua forma sólida, os sais precipitam nas vias urinárias em forma de cristais, aglomerando-se e formando, com o passar do tempo, as populares pedras. Dessa forma, a quantidade de água dentro do organismo deve sempre ser suficiente para a dissolução desses compostos, fato que explica a necessidade da atenção redobrada em períodos quentes.
Dr. Cássio reforça que uma das principais ações preventivas é a hidratação. “Existem medidas a serem tomadas na alimentação, por exemplo, com a ingestão de menos sal e não exagerar na proteína. Mas o principal é a hidratação. Se você não se hidratar, a chance de se formar cálculo renal é maior, mesmo seguindo a dieta alimentar recomendada”, alerta. Consumir sucos cítricos é amplamente recomendado por Dr. Cássio, por conta da ação do citrato, substância presente nessas bebidas. “O citrato quando está presente na urina diminui a precipitação de cristais e, consequentemente, diminui a formação de cálculo”.
O urologista destaca ainda que há indivíduos com maior suscetibilidade à sofrerem com cálculo renal. “São aqueles com uma predisposição genética ou com um longo histórico de cálculos renais ao longo da vida. Esses pacientes devem ter atenção redobrada, especialmente em períodos mais quentes”.
Tratamento
Dr. Cássio chama a atenção para o fato também de muitos pacientes procurarem o hospital quando sofrem uma crise aguda, que é quando o cálculo migra para o ureter. “Geralmente, esses pacientes vêm direto para a emergência. Temos uma experiência grande nesse sentido. Todos os plantonistas seguem o protocolo de atendimento padrão para esses casos, que são facilmente diagnosticados”. Ele explica que para o tratamento de cálculos, em linhas gerais, e não apenas para a crise aguda, o HP dispõe do Serviço de Litotripsia. “Conseguimos localizar o cálculo através de ultrassom ou do Raio X. Então, passamos a disparar ondas eletromagnéticas, para que o cálculo possa ser fragmentado em pedaços pequenos e eliminado mais facilmente”.
Para cálculos maiores ou mais rígidos, que não são quebrados por litotripsia, o Hospital Português possibilita a realização de cirurgias minimamente invasivas, como a ureteroscopia flexível. “Nesse procedimento, utilizamos fibra a laser para fragmentar o cálculo sobre visão direta, ou seja, sem impacto no rim. Geralmente, o paciente fica em regime de Hospital Dia ou, no máximo, passa uma noite internado”.
Nos casos mais complexos, o paciente precisa ser submetido à cirurgia percutânea, cirurgia laparoscópica e, em casos mais raros, cirurgia aberta. “Fazemos todas as modalidades de tratamento para cálculo renal aqui no Hospital Português. Mas é sempre importante reforçar que a prevenção é o melhor remédio”, finaliza Dr. Cássio.
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