O nascimento de uma vida, paradoxalmente, é também o ponto de partida para o processo de envelhecimento. À medida que o tempo passa, o corpo humano inicia a ação natural e gradual de perda orgânica de funções, decorrente, em grande parte, da diminuição do número de neurônios. Felizmente, cada um de nós possui em média 100 bilhões destas células nervosas, muitas delas, com capacidade de se regenerar ou, pelo menos, compensar a redução gradativa do total de que dispomos ao nascer. Mas para ativar esse atributo neural vantajoso precisamos fazer a parte que nos cabe: oferecer-lhes estímulo.
O neurologista Ailton Melo explica que dessa forma podemos desenvolver a chamada neuroplasticidade, isto é, a aptidão permanente do sistema nervoso humano para se reestruturar e criar conexões neurais novas sempre que incentivado. “Indivíduos que são estimulados adquirem mais habilidades em relação àqueles que não recebem estímulos. Isso acontece na infância e dura toda a vida. Com o decorrer do tempo, passamos a aprender menos, mas também nos tornamos mais seletivos e aprimoramos aquilo que já sabemos. Assim, devemos treinar novas habilidades como tocar um instrumento, falar outro idioma ou exercer uma nova profissão, por exemplo”.
Para atingir esse potencial, o neurologista acredita ser ideal que o cérebro receba diferentes estímulos, nas diversas áreas do conhecimento. “Ao ter contato com as artes, novas linguagens, amigos, família, grupos sociais, desafios cognitivos, jogos, brincadeiras, entre outros fatores, o sistema nervoso passa a criar conexões que estimulam o seu envelhecimento saudável e ativo”, observa. Por outro lado, o especialista alerta que quem não se dedica a atividades ou situações que desafiam e instigam o raciocínio fica sujeito a um risco maior de limitação do conhecimento e, principalmente, de desenvolver uma doença degenerativa do sistema nervoso, sobretudo, no caso de pessoas sedentárias.
Sair da zona de conforto e driblar a rotina praticando atividades novas é o caminho para evitar problemas de saúde comuns na sociedade moderna, como Parkinson, Alzheimer, estresse, ansiedade e depressão, na avaliação de Dr. Ailton.
Para evitar tais patologias e conquistar uma velhice saudável o neurologista dá orientações bem simples: 1) Faça caminhadas diariamente ou algum esporte adequado à sua condição física, e evite o sedentarismo. 2) Aumente o seu ciclo de amigos, aceite convites, fuja da solidão. 3) Mantenha a cabeça ocupada com uma atividade profissional ou social. 4) Cultive o relacionamento em família. 5) Evite pessoas e situações que lhe geram mal estar. 6) Tenha uma alimentação saudável, sem exageros, faça substituições nutritivas e previna a obesidade.
Não existe uma fonte da juventude, nem remédios mágicos para deixar alguém jovem, mas há cuidados básicos e baratos que permitem preservar a saúde. Envelhecer não é um problema, a questão é como envelhecer. Se atentarmos para isso, conquistaremos uma qualidade de vida melhor e viveremos mais tempo”, conclui.
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