Homeopatia X Alopatia — Hospital Português da Bahia
11 de maio de 2017
Homeopatia X Alopatia
11 May 2017
Desde que a homeopatia surgiu no ocidente, há mais de dois séculos, como alternativa à medicina convencional (alopatia), as opiniões se dividem quanto ao emprego desse método terapêutico. Em 2016, o órgão regulador das relações de consumo nos Estados Unidos, a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês), determinou que o rótulo dos remédios homeopáticos deve alertar ao consumidor sobre a falta de comprovação científica dos resultados para a saúde. A FTC alega que as teorias homeopáticas são obsoletas, embasadas em experiências do século 18. Profissionais da área afirmam que a determinação reflete uma potencial ameaça dos remédios homeopáticos à indústria farmacêutica. Em meio à questão, pessoas de todo o mundo seguem adotando formas de preservar a saúde e qualidade de vida, legitimando o aprofundamento do debate.
No Brasil, a alopatia ou medicina tradicional, embasada por evidências científicas, é a prática oficializada, tendo o seu exercício norteado por protocolos de condutas, guidelines, sociedades, conselhos, associações, dentre outros dispositivos da classe médica determinados por lei. Já a homeopatia é reconhecida no país como um recurso adjuvante à medicina convencional, tendo sido incorporada ao Sistema único de Saúde – SUS, em 2006, através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Seguindo a corrente médica tradicional, o líder da geriatria e da clínica médica no Hospital Português, Dr. Márcio Peixoto, avalia ser possível uma complementaridade da terapêutica homeopática desde que os profissionais conheçam o seu papel e busquem a interação respeitosa, focada no paciente. “Os bons profissionais homeopatas propõem a medicina adjuvante e não substitutiva. Em tratamentos alérgicos e de fatores emocionais, por exemplo, essa conduta tem proporcionado conforto ao paciente”, pondera, contudo, recomendando atenção na procura por tratamento complementar. “O paciente deve buscar profissionais de saúde habilitados, e, sobretudo, nunca substituir um tratamento convencional por um método alternativo sem consentimento médico. Essa segurança evita danos à saúde”.
Com experiência pregressa em tratamentos homeopáticos, o farmacêutico do Serviço de Farmácia do HP, Bruno Gudinho revela que o retorno dos pacientes era notável e explica que a homeopatia é uma especialidade médica e farmacêutica que consiste em administrar doses mínimas de medicamento, de acordo com a lei dos semelhantes, para estimular a reação do próprio organismo. “Ao contrário da alopatia que, por exemplo, utiliza ‘antitérmicos’ para tratar a febre, o medicamento homeopático utiliza substâncias que causam a febre no homem sadio, mas em doses consecutivamente diluídas”. Apesar disso, o farmacêutico adverte que o paciente não deve automedicar-se ou negligenciar informações sobre medicamentos, devendo verificar sua composição, origem, bula e data de validade. “Toda substância medicamentosa manipulada oferece riscos potenciais à saúde, caso a administração não siga especificações de um especialista como indicação, dosagem e frequência adequadas”, alerta.
Em todo o mundo, pesquisas farmacológicas orientam a introdução de novos medicamentos na medicina tradicional, após comprovar cientificamente os benefícios gerados. Visando definir um padrão de qualidade dos medicamentos homeopáticos e permitir segurança e autonomia no preparo desses produtos, em 2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) lançou a 3ª edição da Farmacopeia Homeopática Brasileira. Medicamentos homeopáticos, segundo a Agência, só podem ser prescritos por médicos, veterinários e odontólogos, e manipulados ou adquiridos em farmácias ou drogarias sob a responsabilidade do farmacêutico homeopata.
A homeopatia se difundiu no Brasil com o aumento do número de adeptos, ganhando representatividade em associações, institutos e, na década de 1980, a chancela do Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo a Associação Médica Homeopática Brasileira – AMHB, o Brasil é o segundo país no mundo em número de profissionais da área. Um censo médico da Associação Médica Brasileira, de 2013, revelou que 99% dos homeopatas brasileiros fizeram curso de graduação no país, a maioria na região Sudeste; e que no Norte e Nordeste poucos profissionais possuem título de especialista.
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