Um dos principais problemas de saúde pública do Brasil na atualidade é o diabetes mellitus, doença que afeta 14 milhões de brasileiros, refletindo a alta incidência na população mundial – 415 milhões de portadores da doença, segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS. A ausência de tratamento adequado desde o início do diabetes aumenta, significativamente, o risco de complicações graves, tais como cegueira, falência renal com necessidade de hemodiálise, amputações de membros, infarto do miocárdio e derrame cerebral. Por outro lado, os últimos anos foram marcados pelo surgimento de inovações importantes relacionadas aos métodos de diagnóstico e tratamento do diabetes. O presidente da Sociedade Bahiana de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e especialista do Serviço de Endocrinologia do Hospital Português, Dr. Joaquim Custódio informa que essa evolução tem contribuído para a melhora expressiva da qualidade de vida de quem possui a enfermidade e segue o tratamento.
Até recentemente, a única maneira de realizar a monitorização da doença, além dos exames realizados em laboratórios de análises clínicas, era a medição da glicemia capilar, realizada com aparelhos chamados glicosímetros através de gotas de sangue obtidas ao furar o dedo com uma pequena lanceta. Com o avanço das pesquisas e das novas tecnologias em medicina, a forma mais comum de monitorização da doença tem cedido lugar a métodos menos invasivos de diagnóstico e acompanhamento, que eliminam a necessidade de perfuração dos dedos para avalição do índice glicêmico.
Dr. Joaquim observa que o Brasil já dispõe dessa tecnologia avançada, desde 2016. “Trata-se de um dispositivo para medida da glicemia que utiliza um sensor instalado na pele do paciente (usualmente nos braços), permitindo a leitura do valor glicêmico por transmissão via infravermelho, sem contato físico direto nem perfurações. Este sensor pode durar até 15 dias e tem facilitado muito a vida dos pacientes que precisam medir suas glicemias várias vezes por dia, como é o caso dos pacientes que usam insulina permanentemente”, observa.
Outra novidade importante para os portadores de diabetes, segundo o endocrinologista foi a descoberta de que algumas medicações para tratamento da doença ajudam não apenas no controle glicêmico, como também a reduzir a ocorrência de eventos cardiovasculares graves, com consequente redução da mortalidade associada ao diabetes. “Tais medicações, da classe dos inibidores da SGLT2 (empagliflozina) e análogos do GLP1 (liraglutida), trazem como benefício, além da melhora dos níveis de glicemia, alguma perda de peso e também o auxílio no controle da pressão arterial, em pacientes hipertensos”.
O endocrinologista ressalta que tão importante quanto tratar o diabetes é adotar hábitos de vida saudáveis para prevenir problemas de saúde. Dados do estudo clínico multicêntrico DPP (Programa de Prevenção de Diabetes), que seguiu mais de 3.200 pacientes com pré-diabetes (glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL), de 27 centros clínicos em todos os Estados Unidos, durante 15 anos, demonstram que a intensificação de atividades físicas associadas ao controle da alimentação tem potencial de prevenir a evolução para o diabetes tipo 2 em parte significativa dos portadores de risco para a doença. Para Dr. Joaquim, esse resultado mostra que a evolução da ciência precisa estar aliada a comportamentos saudáveis. “Mesmo diante dos avanços científicos e surgimento de terapias cada vez mais eficazes no controle do diabetes, seguir um estilo de vida saudável continua a ser parte essencial do manejo da doença”, conclui.
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