Glândula responsável pela produção do hormônio insulina (regulador dos níveis de glicose no sangue), o pâncreas também tem participação importante no processo digestivo. Assim, disfunções na glândula pancreática repercutem, quase sempre, em todo o organismo. É o caso da Pancreatite Aguda, processo inflamatório agudo mais comum em mulheres do que em homens brasileiros, segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG. Os sintomas podem surgir com uma dor no abdome superior e durar poucos dias, mas a dor abdominal pode ser acentuada, tornando-se constante, ou irradiar para as costas e outras áreas. Tais reações requerem avaliação médica imediata visando o diagnóstico e tratamento adequados. Gastroenterologista e intensivista da Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia do Hospital Português, e autor de um capítulo sobre a Pancreatite Aguda no Manual Prático de Medicina Intensiva (12ª edição, 2016), Dr. Ricardo A. Cruz D´Oliveira esclarece as formas de prevenção e tratamento da doença.
1.Qual a incidência da pancreatite aguda na população?
Estudos apontam que entre 100 mil pessoas no mundo, de 5 a 80 apresentam o problema. Em janeiro e fevereiro de 2017, o DATASUS registrou 197 internamentos na Bahia por doenças do pâncreas. No Nordeste, foram 5.341 internamentos no mesmo período.
2.Quais fatores geram risco para essa doença?
Os principais fatores de risco são os cálculos das vias biliares (“pedra” na vesícula) e o consumo abusivo do álcool. A doença também pode estar associada ao uso de medicamentos, traumatismo, tumores, entre outros. Entretanto, em considerável número de pacientes (10% a 30%) pode não ser possível determinar a causa específica.
3.Como é realizado o diagnóstico e tratamento da Pancreatite Aguda?
O diagnóstico é realizado pela história clínica do paciente, realização de exame físico e também pela realização de exames laboratoriais (dosagem de enzimas pancreáticas no sangue). O paciente com quadro de pancreatite aguda é inicialmente atendido na unidade de emergência e, a depender da gravidade ou potencial gravidade, é internado em unidade aberta ou unidade de terapia intensiva. A assistência ao paciente considera fatores que possam interferir na evolução clínica, como idade, doenças associadas (cardiovasculares, pulmonares, renais). O tratamento dos pacientes graves é focado na monitorização intensiva, com hidratação adequada, suporte nutricional, diagnóstico e prevenção de complicações da doença, além de tratar a causa específica, quando possível.
4.O HP emprega quais diferenciais no cuidado desses pacientes?
O HP dispõe de uma Unidade de Terapia Intensiva especializada em patologias do trato gastrointestinal, a Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia – UGH. Esta unidade dispõe de equipes multidisciplinares com experiência vasta na avaliação e tratamento de pacientes portadores de doenças do aparelho digestivo. A assistência hospitalar segue rotinas específicas no acompanhamento de pacientes com pancreatite aguda. Essas condutas são embasadas pelas principais sociedades brasileiras e internacionais de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva.
5.Como o paciente se beneficia com a internação em uma unidade especializada como a UGH?
O paciente é acompanhado por equipes experientes no cuidado específico da doença que apresenta, tendo o seu tempo de internação encurtado e o risco de mortalidade reduzido.
6.Quais as contribuições do Manual Prático de Medicina Intensiva para o dia a dia dos profissionais da saúde?
O Manual foi confeccionado justamente para auxiliar na rotina dos profissionais da saúde. Assim, ele traz, por exemplo, tabelas e fluxogramas que facilitam o acesso rápido a informações atualizadas sobre os mais variados temas ligados à terapia intensiva.
*Dr. Ricardo Azevedo Cruz D´Oliveira é médico gastroenterologista e intensivista da Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia do HP.
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