Seja qual for o estilo de vida, ativo ou sedentário, realizar exames clínicos periodicamente é uma medida fundamental à prevenção de doenças e promoção da qualidade de vida – tanto quanto praticar atividade física regularmente, consumir refeições balanceadas no dia a dia e se imunizar pela vacinação. Não à toa esses fatores associados têm colaborado para aumentar a expectativa de vida da população brasileira, que segue a tendência mundial de envelhecimento apontada em pesquisas. Vice-coordenador do Serviço de Medicina Laboratorial do Hospital Português, Dr. Fábio Sodré avalia que a antiga cultura de procurar o médico somente quando há uma doença estabelecida vem sendo transformada pouco a pouco no país. “Dados do Ministério da Saúde apontam uma parcela significativa de brasileiros que não possui o hábito de ir ao médico por questões socioculturais, especialmente os homens. Entretanto, o acesso maior a informações sobre qualidade de vida tem ajudado a desenvolver nas pessoas um olhar mais atento para a saúde. Hoje, existe melhor entendimento de que o cuidado físico e mental deve existir em todas as fases da vida”, destaca.
Nesse sentido, a medicina preventiva tem lançado mão de uma série de recursos diagnósticos e terapêuticos com alto padrão de qualidade, seja na investigação detalhada e precisa de doenças, seja no tratamento precoce dessas condições clínicas para evitar o agravamento. Apoiados por equipamentos de ponta, especialistas das diferentes áreas médicas cruzam os resultados de exames clínicos com a história pessoal do paciente para alcançar a precisão diagnóstica. O emprego de tecnologias modernas, tanto nos exames laboratoriais (hemograma completo, teste de PSA, dentre outros), como nas avaliações de imagem (raios-x digitais, ressonância magnética, tomografia, etc.) tem exercido influência relevante na personalização do plano terapêutico do paciente nos diferentes tipos de enfermidades. “O check-up clínico potencializa a descoberta precoce das patologias crônicas mais comuns na população, como diabetes, hipertensão arterial, câncer, obesidade, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), favorecendo o emprego de terapias menos invasivas e mais eficazes”, ressalta Dr. Fábio Sodré.
Do mesmo modo, avaliações detalhadas como o teste de esforço físico, o eletrocardiograma e o MAPA tem auxiliado os especialistas na abordagem inicial e controle dos problemas cardiovasculares responsáveis pelas maiores taxas de morbimortalidade em nosso país. “Parte dessas enfermidades é hereditária, enquanto outra metade está relacionada a maus hábitos comportamentais, como o sedentarismo, tendo desenvolvimento silencioso, sem a presença de sintomas, a exemplo da aterosclerose. Nesses casos, a avaliação frequente é essencial e pode salvar vidas, evitando a evolução de doenças graves”, ressalta o especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e cardiologista do Serviço de Arritmia do HP, Dr. Alexsandro Fagundes. Em se tratando de pessoas fisicamente ativas, o especialista alerta para a falsa percepção de saúde plena que pode motivar negligência no acompanhamento médico devido à prática de atividade física regular. “Isso é um erro, porque uma rotina de exercícios requer acompanhamento especializado para evitar sobrecargas no organismo, prática exagerada de exercícios físicos e riscos de mau-súbito, especialmente, entre alunos de academias de ginástica e atletas de fim de semana”, adverte.
À medida que a idade avança a atenção com a saúde deve ser igualmente ampliada por homens e mulheres. No caso de pessoas com histórico familiar conhecido de doenças crônicas, o atendimento especializado deve acontecer o mais precocemente possível, visando o rápido estabelecimento do tratamento e definição da periodicidade mais indicada ao acompanhamento clínico. A partir dos 40 anos a realização de pelo menos uma avaliação clínica por ano passa a ser fundamental. Nesse momento, o médico pode requerer uma bateria de exames, abrangendo análise laboratorial detalhada, avaliações de imagem, dentre outras, como: hemograma (para investigação das taxas de creatinina, glicemia, colesterol total e frações, triglicérides, ácido úrico), sumário de urina, parasitológico de fezes, raios-X do tórax, eletrocardiograma, teste ergométrico, aferição da pressão arterial, verificação de peso e cálculo do índice de massa corporal (IMC). Conforme a queixa do paciente, o exame clínico geral ainda pode ser complementado por avaliações mais específicas, como teste de função pulmonar (indicado para fumantes), polissonografia (para disfunções do sono), dentre outros necessários à investigação das funções orgânicas do paciente.
Alguns exames são exclusivos para homens ou mulheres. Entre os exames complementares masculinos recomendados a partir dos 40 anos, estão o toque retal e o teste de PSA – análise sanguínea que revela alterações no antígeno prostático específico, associado ao câncer de próstata. Segundo o INCA, esse é o segundo câncer mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Entre as mulheres, a mamografia representa um dos principais exames complementares e, segundo estatísticas, tem motivado uma redução expressiva da mortalidade por câncer de mama, desde a última década. O preventivo ginecológico é outra avaliação necessária à detecção do câncer de colo do útero. “Essas avaliações de rotina permitem que as pessoas conheçam a própria saúde e os comportamentos que devem evitar para preservar a qualidade de vida”, conclui Dr. Fábio.
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