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Manicure e o risco de hepatites — Hospital Português da Bahia

8 de novembro de 2017

Manicure e o risco de hepatites

08 November 2017

A hepatite é uma infecção, quase sempre, silenciosa; sua evolução para estados crônicos pode ter consequências graves, como a cirrose e o câncer de fígado. Há muitas formas de se adquirir a doença; uma delas é através de dois vírus amplamente disseminados, causadores das hepatites B e C. No mundo, cerca de 257 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus da hepatite B, enquanto outros 71 milhões de pessoas carregam o vírus da hepatite C, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2015. No Brasil, a OMS constatou mais de 196 mil casos de hepatite B e mais de 152 mil casos de hepatite C, no mesmo período. Em 20% desses contágios, a origem remete ao compartilhamento inadequado de utensílios de estética, como alicates de unhas, tesouras, dentre outros acessórios de manicure.

Uma pesquisa, em São Paulo, mostrou que 93% desses equipamentos não eram higienizados antes do uso, em estabelecimentos equipados com autoclave ou estufa. Apenas 7 % das manicures entrevistadas usavam corretamente a estufa; nenhuma sabia usar a autoclave. Em Salvador, pesquisa similar mostrou que, dos salões de beleza entrevistados, só 29,2% possuíam autoclave e a maioria das profissionais desconhecia o uso correto do aparelho. Logo, mesmo em locais devidamente equipados, não há esterilização correta dos utensílios usados nas clientes. A rotina de esterilização desses materiais reutilizáveis, sua embalagem com data de validade visível e armazenagem em local próprio e exclusivo, são recomendações da ANVISA, assim como, o uso de equipamento de proteção individual (EPI) pelas manicures (luvas), a higienização das mãos (antes e após cada procedimento) e a desinfecção da superfície das unhas, com álcool 70%, depois de finalizado o serviço.

Os vírus das hepatites são altamente resistentes, podendo permanecer em objetos por mais de uma semana. Uma única partícula viral pode contaminar uma pessoa. No caso do compartilhamento de materiais de manicure e pedicure é possível seguir normas para esterilização correta desses utensílios, capazes de evitar o contágio nos salões de beleza. Os instrumentos devem ser lavados com água e detergente, removendo sujidades e diminuindo a quantidade de microrganismos. Em seguida, devem ser colocados em autoclave ou estufa, respeitando as temperaturas e tempo de processamento. A temperatura na autoclave deve permanecer acima de 121°C por, no mínimo, 30 minutos. Nas estufas, a temperatura deve superar 170°C por, no mínimo, 1h. A interrupção desse processo exige reinício por completo. A esterilização e embalagem imediata dos utensílios têm validade de sete dias.

As hepatites são uma realidade brasileira e mundial. Prevenir esta infecção é o melhor remédio; basta seguir as normas de segurança preconizadas para evitar a doença. Use o seu alicate de unhas e tesoura no salão, ou comprove a esterilização correta e data de validade desses materiais, no local. Cheque se o salão tem licença sanitária para funcionamento. Exija que a profissional higienize as mãos antes do atendimento e use materiais descartáveis (luvas, lixas de unhas). Toalhas devem ter uso individual e estar embaladas em saco plástico. Após o procedimento, a profissional deve higienizar a superfície das unhas da cliente com álcool 70%. Todo o cuidado é pouco no controle das infecções pelos vírus das hepatites. Vamos fazer a nossa parte!

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