Emergências durante e após a folia — Hospital Português da Bahia
3 de janeiro de 2018
Emergências durante e após a folia
03 January 2018
O Carnaval em Salvador se aproxima e a equipe da Emergência do Hospital Português, a cada ano, possui um planejamento especial tanto para os dias de folia quanto, e com a mesma importância, para os dias pós-festa. Numericamente, os atendimentos emergenciais na unidade do hospital registram uma diminuição nos dias de Momo. Isso se dá por conta da localização e, também, pelo posicionamento estratégico de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) dentro do percurso específico dos blocos e cortejos. No entanto, torna-se crucial um planejamento especial voltado para alta demanda que começa a partir da Quarta-Feira de Cinzas.
Na semana da Folia, segundo a coordenadora médica da Emergência Geral do Hospital Português, Dra. Diana Vinhaes, por conta do acesso fora do circuito específico da festa, ocorre uma diminuição de cerca de 50% do atendimento. “Um exemplo disso é que, na quinta-feira, temos uma média de 62 atendimentos. Quatro dias depois, no domingo de Carnaval, esse número cai para 49”, explica Dra. Diana. Porém, nos dias após o evento, é quando os casos de emergência começam a aumentar. “Na Quarta-Feira de Cinzas, como já citado, um aumento: chegamos a ter 104 atendimentos, podendo alcançar a marca de 130 no final de semana seguinte ao Carnaval. Já na semana posterior, esse número chega a 160”, complementa Dra. Diana.
A médica explica que esse aumento nos atendimentos se deve às ocorrências das popularmente conhecidas como “doenças do pós-carnaval”. Trata-se de um período em que há a incidência de diversos casos, como pneumonias e gastroenterites dos tipos virais e bacterianas, bem como meningites e DSTs. Existe, inclusive, um planejamento realizado com antecedência para que as altas demandas não sejam recebidas de surpresa. “A cada ano, no pós-Carnaval, esperamos o surgimento de novas viroses. Por isso, já há quatro anos, nos reunimos com o serviço de infectologia para uma sessão cujo tema é: ‘Preparação para o que esperar no pós-Carnaval’”, ratifica Dra. Diana.
O percentual de aumento no número de atendimentos emergências na semana pós-Carnaval fica na faixa de 20%, conforme explica Dra. Diana: “Nosso histórico médio de atendimentos é de 120 por dia (levando em consideração o período completo de 24 horas). Com um número que pode chegar a 160 atendimentos, o impacto no período é grande e requer preparação”.
Emergências da Otorrinolaringologia
Uma das causas de procura aos postos de emergência no período pós Carnaval, a mononucleose infecciosa é um doença causada pelo vírus Epstein Barr, que geralmente é indolente e não leva a maiores sintomas, no entanto pode se apresentar com quadros bastante dolorosos, como explica o médico otorrinolaringologista e Coordenador da Emergência Otorrinolaringológica do Hospital Português, Dr. Miguel Leal Andrade Neto. “Em alguns casos, a doença pode causar faringoamigdalites, ou seja, inflamações das amígdalas e da faringe, com grande desconforto na garganta”, explica.
Tais inflamações, comuns no período de Momo, bem como as viroses respiratórias do pós-Carnaval, tendem a ser auto-limitadas, ou seja, resolvem após determinado período de tempo, sem deixar sequelas no organismo. No entanto, há quadros que requerem maior atenção. “Em casos com duração superior a sete dias, é importante que seja feita uma avaliação por um médico otorrino”, alerta o Dr. Miguel.
Emergências da Ortopedia
Outro índice representativo nos atendimentos registrados no período do pós-Carnaval refere-se aos casos de emergências ortopédicas, que muitos foliões negligenciam na ânsia de aproveitar o a festa, mas acabam por esquecer as consequências. O médico ortopedista e vice-coordenador do Serviço de Ortopedia do Hospital Português, Dr. Luís Alfredo Gomez Vieira, salienta que os principais casos de lesões durante os dias de Momo são as entorses, distensões e estiramentos musculares. O médico alerta, ainda, que “muitas lesões são negligenciadas pelos foliões. No ímpeto de não perder um momento da folia, eles acabam por buscar assistência somente após a festa. Isso pode piorar consideravelmente o prognóstico do tratamento”, complementa.
Fica a dica: curta a folia, mas lembre-se de não se exceder. As lembranças do Carnaval têm que ser somente positivas.
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