Estima-se que um terço da população mundial tenha tido contato com o bacilo Koch, principal agente causador da tuberculose e que, aproximadamente, 10% dessas pessoas sejam afetadas pelo problema e suas complicações. Há mais de duas décadas, a Organização Mundial de Saúde – OMS declarou a infecção como uma emergência de saúde pública, lançando as primeiras estratégias globais para o seu enfrentamento. Agora, a OMS busca estabelecer mecanismos mais eficientes de combate, com as novas estratégias aprovadas pelos países membros, em 2014. A meta global é erradicar a tuberculose até 2035.O Brasil é um dos mais interessados nesse resultado, inclusive, dispondo de uma rede de pesquisas sobre o tema (Rede-TB), desde 2001, e de um plano nacional pelo fim da tuberculose como problema de saúde pública, desde o último ano. O país é um dos líderes em incidência da infecção, apresentando, anualmente, cerca de 35 casos por 100 mil habitantes, 6,8 mil em portadores do vírus HIV e 4,5 mil óbitos correlacionados.
A estratégia global, para erradicar a doença, tem como visão “um mundo livre da tuberculose, com zero morte, zero casos novos e zero sofrimento devido à enfermidade”. Assim, as metas para as próximas duas décadas abrangem redução do coeficiente de incidência da doença, em 90% e, também, do número de óbitos, em 95%, na comparação com 2015. Reduzir a incidência da doença para menos de 10 casos por 100 mil habitantes representará o fim da tuberculose como problema de saúde pública; já a eliminação do problema deve ser alcançada com a ocorrência de menos de um caso por um milhão de habitantes. Pneumologista e coordenador da UTI Geral do Hospital Português, Dr. Octávio Messeder considera o engajamento das nações atingidas pelo bacilo Koch essencial à efetividade das políticas públicas e aos avanços no controle da infecção. “A incidência da tuberculose no Brasil é menor do que na África, porém ainda distante das taxas encontradas nos países desenvolvidos. Entre os brasileiros, o índice de abandono do tratamento gira em torno de 10%, enquanto a meta da OMS é menos que 5%. Logo, investir em prevenção é tão essencial quanto no tratamento adequado, para ampliar as chances de cura e interrupção da cadeia de transmissão”, observa.
O contágio da tuberculose se dá pelas vias aéreas. Assim, ao falar, espirrar e, principalmente, tossir, o portador da infecção pode transmitir os bacilos através do ar. A principal forma de prevenção é a imunização de recém-nascidos através do vírus atenuado (BCG), realizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina protege de 70% a 80% das formas graves da doença – que pode comprometer pulmões e ainda outros órgãos e sistemas. A alta incidência da tuberculose, sobretudo, em portadores de HIV ou com história de tabagismo, torna a assistência personalizada e multidisciplinar fundamental ao sucesso terapêutico. Nesses casos, o tratamento requer toda uma infraestrutura assistencial, com profissionais especializados e emprego de novas drogas e tecnologias. No HP, o tratamento é realizado por equipe multidisciplinar, incluindo pneumologistas com vasta experiência no acompanhamento individualizado do paciente, tendo o suporte de um parque tecnológico de ponta no diagnóstico e terapia da enfermidade. “Em todos os casos, o tratamento é padrão e oferecido gratuitamente através do SUS, assim como, o acompanhamento do paciente”, informa.
Diante da suspeita da doença podem ser realizados exames de imagem, baciloscopia e cultura para micobactéria, de acordo com o pneumologista; além de avaliações complementares a fim de traçar um diagnóstico preciso. A principal forma de manifestação da doença é a tosse seca ou com secreção, mas, a pessoa infectada também pode apresentar cansaço, perda de peso, suor noturno ou febre no período da tarde. “Caso os sintomas permaneçam mais de três semanas, deve-se buscar atendimento médico para uma investigação clínica detalhada”, conclui.
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