Um dos distúrbios neurológicos mais frequentes na população mundial, a doença de Parkinson, ainda constitui um desafio para a Medicina. Mesmo não alcançando a cura para o problema, os avanços científicos atuais têm sustentado o uso de protocolos clínicos e recursos de imagem modernos, que aumentam a precisão no diagnóstico médico. Além disso, o emprego de medicamentos e novas técnicas cirúrgicas têm ajudado a melhorar a qualidade de vida dos portadores da doença. Para o médico neurologista do Hospital Português, Dr. Daniel Farias, as descobertas científicas, nessa área, têm ajudado a reduzir alguns sintomas clássicos da enfermidade, assim como, ampliar a sobrevida dos pacientes. “Os estudos têm investigado meios de prevenção e controle da progressão dos danos associados. Drogas como a doxiciclina, por exemplo, se mostram promissoras, embora ainda seja preciso superar uma série de etapas científicas para confirmar sua eficácia e dosagem adequada em seres humanos”, observa.
Mais de 5 milhões de pessoas, em todo o mundo, sofrem com a doença de Parkinson. No Brasil, o Ministério da Saúde aponta cerca de 200 mil portadores do problema. Na Bahia, a estimativa é de 12 mil casos registrados. Os homens acima de 55 anos são os principais afetados por este distúrbio neurológico, que atinge o sistema nervoso central. Ainda assim, a enfermidade pode acometer pessoas de ambos os gêneros, diferentes idades, etnias, condições sociais e econômicas. Dr. Daniel explica que à medida que a população envelhece há uma maior tendência de surgimento de novos casos. “O principal fator de risco para esta patologia é o envelhecimento. A maioria dos casos é esporádica, sem uma relação genética muito clara. Somente cerca de 10% dos diagnósticos demonstram uma origem genética bem determinada”, informa o neurologista.
O tremor do corpo em repouso é um sintoma muito associado ao Parkinson, para a população em geral. Entretanto, outros indícios da doença merecem igual atenção, pois podem ajudar na busca rápida por diagnóstico especializado. Entre as alterações motoras causadas, principalmente, pela morte de neurônios, estão os movimentos corporais lentos, alteração na escrita, dificuldade para deglutir, constipação e a maior instabilidade postural com tendência para quedas. Já os sintomas menos evidentes, provocados por alterações bioquímicas no cérebro, podem envolver mudanças no olfato, distúrbios do sono, mudanças emocionais (ansiedade, depressão, sintomas psicóticos), prejuízos cognitivos (alteração da memória, demência), dentre outros. “O Parkinson é um distúrbio neurológico crônico e degenerativo, caracterizado pela perda progressiva de neurônios. Ao perceber sinais da doença, a família deve buscar apoio de uma equipe de saúde multidisciplinar, para ajudar o paciente na superação das dificuldades”, orienta.
De acordo com o neurologista, geralmente, o diagnóstico é baseado na história clínica e no exame físico do paciente. Em casos de dúvida, o médico pode lançar mão de exames complementares, como a Ressonância Magnética ou a Cintilografia Cerebral, para confirmar o diagnóstico e afastar outras causas para os sintomas. O tratamento é baseado, principalmente, no controle sintomático com uso de medicações. Em condições específicas, quando não há comprometimento cognitivo, pode haver indicação cirúrgica para reverter alterações motoras. “O diagnóstico precoce é um facilitador do tratamento, podendo ajudar no controle da doença e na melhor qualidade de vida dos pacientes”, conclui.
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