Nódulos e câncer de tireoide — Hospital Português da Bahia
7 de maio de 2018
Nódulos e câncer de tireoide
07 May 2018
Décadas de estudos científicos sobre a incidência de nódulos de tireoide nas populações mundo afora (e uma longa observação dos casos em que o problema avançou para o câncer) levaram, os especialistas no assunto, à redefinição das formas de abordagem desta glândula – do check-up de rotina à intervenção cirúrgica. “Percebeu-se um crescimento mundial exacerbado nos diagnósticos de nódulos e câncer de tireoide, nos últimos 20 anos, em razão de grande evolução nas tecnologias médicas, como a ultrassonografia. Contudo, a maioria destes pacientes não apresentou progresso dos problemas diagnosticados, nem comprometimento da qualidade de vida, tornando desnecessário o emprego de terapias invasivas, como a cirurgia ou quimioterapia”, explica o PhD em Endocrinologia e Tireoidologia, professor da UFBA e especialista do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital Português, Dr. Helton Estrela Ramos.
O especialista lembra dois exemplos emblemáticos, nesse sentido: o da Coreia do Sul, onde uma estratégia agressiva de prevenção do câncer de tireoide, em 2003, gerou diagnósticos em excesso e uma incidência 15 vezes maior da doença na população, em relação à década anterior; e, ainda, o caso da Finlândia, em 1985, quando patologistas examinaram 101 cadáveres que haviam morrido por acidentes de carro, infarto, entre outras causas, encontrando microcarcinomas de tireoide em cerca de 30% desses indivíduos. “Essas situações mostram que, mesmo sendo uma situação clínica comum, nas populações, muitos casos de câncer de tireoide jamais chegam a produzir sintomas ou danos clínicos ao paciente”, ressalta. Esta constatação foi a maior motivação para as mudanças atualmente sugeridas na forma de abordagem diagnóstica e terapêutica da doença.
Agora, o rastreamento indiscriminado de tumores na tireoide (benignos ou carcinomas) cede lugar ao esclarecimento prévio de questões essenciais à qualidade e segurança do tratamento, tais como: Quem deve fazer um check-up da tireoide e a ultrassonografia? Quem deve atentar para o câncer de tireoide e os sintomas da doença? O diagnóstico de câncer de tireoide significa cirurgia? Quais os riscos para quem retira a glândula? De acordo com o especialista, esse critério assistencial representa um divisor de águas para o bem-estar e a qualidade de vida dos portadores de disfunções na tireoide. “Responder a estes questionamentos traz maior assertividade para o plano terapêutico do paciente, que poderá realizar, apenas, condutas comprovadamente essenciais à reabilitação da sua saúde, evitando radicalismos e priorizando o seu bem-estar”, pondera.
A produção hormonal da tireoide interfere em diversos mecanismos do corpo humano, atuando como um verdadeiro combustível no controle dos batimentos do coração, da função intestinal, da temperatura corporal, do humor, da memória, dentre outras. A presença de disfunções na glândula gera sintomas que podem comprometer o desempenho habitual do indivíduo, em maior ou menor grau, acendendo o alerta para a necessidade de procura por atendimento médico. “O especialista vai avaliar as particularidades de cada paciente para identificar quais recursos podem auxiliar na precisão diagnóstica e tratamento efetivo”, afirma Dr. Helton. O médico acrescenta que, atualmente, novas drogas lançadas no mercado estão contribuindo, de modo significativo,para controlar os tipos de cânceres agressivos da glândula. Ao mesmo tempo, novas técnicas minimamente invasivas de tratamento para nódulos benignos da tireoide, como a ablação por radiofrequência, tratam e reduzem o tamanho desses tumores em até 90%, sem a necessidade de operação.
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