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Hábito alimentar e o sobrepeso

10 de outubro de 2018

Os índices de sobrepeso e obesidade no Brasil vêm crescendo de maneira importante, nos últimos anos. Dados do programa VIGITEL, do Ministério da Saúde, demonstram que metade da população adulta das capitais brasileiras está com excesso de peso (sobrepeso), e cerca de 20% das pessoas apresentam obesidade – índice de massa corpórea maior que 30. No Brasil e no mundo, esta situação se deve a fatores diversos, como redução da atividade física, modo de vida estressante e, sobretudo, hábitos alimentares inadequados, com predomínio do consumo de carboidratos industrializados.

“Chamamos de carboidratos aos açúcares e outros elementos da nossa dieta, que são facilmente convertidos em glicose pelo organismo. Embora sejam fontes de energia rápida, úteis durante exercícios, os carboidratos podem contribuir, de forma importante, para o ganho de peso, se forem consumidos em excesso ou utilizados de forma indevida”, explica o presidente da Sociedade Baiana de Endocrinologia, professor da Faculdade de Medicina da UFBA e especialista do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital Português, Dr. Joaquim Custódio.

Neste grupo estão massas, doces, pão francês, refrigerantes, arroz branco, frutas, dentre outros alimentos muito presentes nas refeições diárias de boa parte dos brasileiros. Não à toa, a alimentação saudável de crianças, adultos e idosos é um dos temas de saúde mais discutidos, na atualidade, e objeto de diversas pesquisas científicas, que buscam definir o melhor plano nutricional para prevenir problemas de saúde pública frequentes, como: hipertensão arterial, diabetes, problemas de colesterol e obesidade. Um exemplo recente é o estudo de caráter observacional, publicado na revista britânica The Lancet Public Health, que ouviu 15 mil pessoas, para avaliar o impacto de determinados componentes da alimentação, em especial os carboidratos, sobre os índices de mortalidade e a ocorrência de doenças entre adultos.

Os participantes desse estudo foram divididos em três perfis: pessoas que consomem carboidratos em excesso, rotineiramente; aquelas que consomem carboidrato em quantidades muito pequenas (adeptos das chamadas “dietas low carb”); e as que consomem carboidratos, dentro de um padrão considerado médio. Após analisar esses perfis distintos, o estudo sugeriu que os indivíduos que consumiram carboidratos, tanto de forma excessiva, quanto de forma muito restrita, tiveram os piores índices relacionados à saúde.

Para Dr. Joaquim, a análise representa um alerta para alguns comportamentos que se propagam na atualidade: de um lado, os excessos alimentares, tendo o sobrepeso e a obesidade como consequências diretas; de outro, as dietas altamente restritivas, com pouco ou nenhum carboidrato, ocasionando impactos importantes para a saúde. “O melhor plano nutricional tem características específicas, para cada pessoa, e deve privilegiar uma alimentação balanceada e variada, incluindo proporções adequadas de carboidratos, proteínas e gorduras. Estudos, como esse, reforçam que o equilíbrio é a base para uma alimentação adequada, para o peso saudável e bem-estar”, finaliza.