Quando o assunto é saúde do homem, geralmente o pensamento remete à prevenção do câncer de próstata – um dos dez tipos de neoplasia mais incidentes no Brasil, com mais de 68,2 mil casos novos por ano, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Embora essa associação ateste o êxito de ações socioeducativas em saúde, como o Novembro Azul, o oncologista clínico do Centro de Oncologia Hospital Português/NOB, Dr. André Bacellar, observa que os fatores comportamentais ainda fazem os homens mais suscetíveis a doenças do que as mulheres. “As campanhas educativas desempenham papel fundamental de conscientizar, transformar paradigmas e lembrar que homem também adoece e precisa de cuidado integral, isto é, de acompanhamento com especialistas das diferentes áreas da saúde. Essa rotina de atenção aumenta as chances de prevenir e tratar o câncer e outras patologias”, destaca o especialista.
PRINCIPAIS FATORES DE ADOECIMENTO E MORTALIDADE MASCULINA
As estatísticas atuais do Ministério da Saúde (MS) mostram que as principais causas naturais de adoecimento e mortalidade masculina envolvem neoplasias, como o câncer de próstata, além de problemas cardiovasculares e respiratórios, particularmente na faixa etária dos 20 anos aos 59 anos. O estilo de vida levado por eles é um dos motivos principais para este cenário, sobretudo, entre homens que apresentam história familiar e predisposição genética para essas doenças. Na avaliação de Dr. André, os dados reforçam a necessidade de olhar para a saúde, de forma integral, reconhecendo que cada escolha de vida traz consequências para o bem-estar.
“A prevenção é sempre a melhor atitude e deve acontecer o ano inteiro, com hábitos saudáveis e ao menos uma consulta anual ao urologista, ao clínico geral ou outro especialista, conforme a queixa do paciente. Mas, é essencial desconstruir a ideia de que é preciso estar doente para ir ao médico”, adverte o oncologista. À medida que a idade aumenta, a atenção com a saúde deve ser ampliada, para evitar o surgimento ou agravamento de problemas masculinos comuns, assim como, favorecer o diagnóstico precoce e tratamento efetivo de problemas já instalados.
CÂNCER DE PRÓSTATA – No caso do câncer de próstata, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que todo homem, a partir dos 45 anos de idade, vá ao urologista uma vez por ano e faça o exame físico (toque retal) e laboratorial (dosagem do PSA). Aqueles com história familiar (pais ou irmãos que tiveram câncer antes dos 60 anos) ou que apresentam sobrepeso ou obesidade devem iniciar o acompanhamento especializado antes dos 40 anos. “As avaliações de rotina e o cuidado multidisciplinar das equipes dos Centros de Urologia e Oncologia do HP potencializam os melhores resultados para o paciente, seja na prevenção, no acompanhamento clínico ou tratamento”, destaca o oncologista.
PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS – De acordo com a pneumologista do Programa Antitabagismo do HP, Dra. Marta Leite, o hábito de fumar é um dos maiores responsáveis pelo surgimento de câncer de pulmão, além de outros problemas respiratórios, como pneumonia e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), no público masculino. Tais problemas fazem os homens liderar o número de internações hospitalares, no Brasil, especialmente na faixa etária de 50 anos a 59 anos. “O tabagismo é ainda muito prevalente nesse público. Na terapia anti-tabágica, olhamos de forma particular para cada indivíduo, considerando suas peculiaridades e motivações. Assim, buscamos ampliar as chances de adesão ao tratamento, obtendo resultados mais efetivos e duradouros”, observa a especialista.
DOENÇAS CARDIOVASCULARES – Segundo estudos, o modo de vida atual responde, também, por diversas enfermidades que afetam o coração e o sistema circulatório – como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. Logo, a prevenção tem relação direta com mudanças de comportamento. Nesse sentido, o coordenador da Unidade de Pós-Operatório Cardiovascular (UPC), Dr. Maurício Nunes, destaca o suporte relevante da assistência integral especializada para o cumprimento do plano terapêutico. “A estratégia de acolhimento multidisciplinar, humano e personalizado considera o paciente como um todo, estando fundamentada na relação de confiança entre pacientes, familiares e equipe assistencial. Desse modo, favorece a participação conjunta e efetiva no seguimento das orientações médicas, para a reabilitação da saúde”, informa.
O cardiologista lembra, ainda, que a prevenção de doenças e manutenção da qualidade de vida requer atitudes essenciais, difundidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS): trocar o sedentarismo por exercícios físicos (cinco vezes por semana, ao menos trinta minutos); consumir alimentos de forma equilibrada, priorizando refeições naturais, no lugar de alimentos industrializados; evitar o sobrepeso, tabagismo, estresse e os excessos no consumo de bebidas alcoólicas; além de dedicar tempo ao lazer e aos relacionamentos pessoais, no dia a dia. “O segredo para preservar o bem-estar é investir em hábitos saudáveis, lançando mão do cuidado especializado”, finaliza Dr. Maurício.
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