Prevenção de infecções respiratórias durante e após o Carnaval
15 de fevereiro de 2019
Em fevereiro, a população de Salvador praticamente dobra com a chegada de turistas, de diferentes regiões da Bahia, do Brasil e do mundo, para curtir o Carnaval. Neste ano, a cidade deve receber cerca de 3,7 milhões de visitantes, conforme dados oficiais para o período. Essa multidão, cheia de alegria e muita energia para compartilhar, demanda alguns cuidados preventivos para manter a saúde, durante e depois da folia. Isto, porque a aglomeração de pessoas e o maior contato físico, por dias seguidos, associados à baixa imunidade (decorrente de desgaste físico acentuado, consumo de bebidas alcóolicas e noites perdidas de sono), são condições propícias à transmissão de doenças, como as infecções respiratórias. Apesar do risco potencial de contágio, o coordenador do Serviço de Pneumologia e da UTI Geral do Hospital Português, Dr. Octavio Messeder, tranquiliza o folião: “seguindo algumas medidas preventivas, é possível reduzir o risco à saúde, mesmo curtindo intensamente os dias de festa”, informa.
Para driblar os vírus responsáveis por infecções respiratórias agudas das vias aéreas, como os resfriados, gripes, bronquiolites, amigdalites, nasofaringites e até pneumonia, o especialista orienta não descuidar da alimentação e do repouso. “Diversas condições presentes no carnaval favorecem o contágio viral. O desgaste físico é uma delas. Desse modo, é preciso respeitar a necessidade do organismo de se refazer do cansaço e repor nutrientes essenciais ao pleno desempenho”, informa. A atenção com o descanso e a alimentação deve ser aliada a outra medida preventiva: beber água suficientemente para manter o organismo hidratado. “No contexto da festa, é comum a maior ingestão de bebidas alcoólicas, que atuam como diuréticos e contribuem para a desidratação. Por isso, beber água é essencial e, ainda, ajuda a evitar e expelir o acúmulo de muco nas vias respiratórias”, acrescenta o médico.
No Carnaval de rua fica quase impossível encontrar um local para lavar as mãos, ou mesmo se deslocar, com a frequência necessária, para manter as mãos limpas. Ainda assim, não dá para negligenciar esse cuidado. Uma solução simples é recorrer aos sachês de álcool em gel e lenços descartáveis, pois são itens que podem ser facilmente levados no bolso e, em se tratando dos lenços, contribuem para proteger a boca e o nariz, ao tossir ou espirrar, sobretudo se a pessoas estiver gripada ou resfriada. Nesse sentido, o Ministério da Saúde recomenda que as populações mais vulneráveis ao contágio (pessoas com mais de 60 anos de idade, gestantes, crianças, profissionais da saúde e portadores de doenças pulmonares crônicas, como asma, enfisema e bronquite) procurem os postos de saúde pública para a imunização. “Estar vacinado contra o vírus influenza é medida essencial à prevenção deste tipo de infecções respiratórias. Quem brincar o Carnaval, em meio à multidão, deve estar com a carteira de vacinação atualizada”, enfatiza o pneumologista.
O contato entre as pessoas, gerado pela aglomeração, assim como, pela afetividade exacerbada da folia, é outro fator de risco muito importante na transmissão de infecções, neste período, de acordo com Dr. Octavio Messeder. Por isso, o especialista finaliza com duas recomendações: bom senso e moderação, para que o prazer da festa não se torne um prejuízo após o carnaval.
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