O risco de pessoas com sobrepeso ou obesas desenvolverem problemas de saúde, especialmente, doenças cardiovasculares, é maior em relação a pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) considerado normal. A afirmativa resulta de uma série de estudos científicos, que apontam risco elevado, inclusive, para portadores de sobrepeso ou obesidade com resultados de exames metabólicos sem qualquer alteração clínica. O vice-coordenador da Unidade Coronariana do Hospital Português, Dr. Marcos Barojas, explica que cerca de 35% dos portadores de obesidade podem apresentar resultados clínicos normais para disfunções metabólicas (como hipertensão, diabetes do tipo 2 e colesterol alto), gerando a falsa sensação de que o sobrepeso não representa risco à saúde. “O excesso de peso é um conhecido fator de risco para as doenças cardiovasculares. As evidências mostram que essas pessoas têm tendência maior para desenvolverem condições patológicas, com o passar do tempo”, destaca o cardiologista.
Entre os diversos estudos, nessa área, está uma pesquisa observacional norte-americana, sobre saúde da mulher. Mais de 90 mil enfermeiras, com idades entre 30 e 55 anos, sem problemas cardiovasculares prévios, foram analisadas, por décadas. Os pesquisadores classificaram as participantes em grupos, conforme o nível de IMC e de saúde metabólica, considerando, sobretudo, a ausência de hipertensão, diabetes do tipo 2 e colesterol alto. Os resultados concluíram que mulheres, com sobrepeso ou obesas, apresentavam maior predisposição para desenvolver doenças cardiovasculares, mesmo quando os seus exames metabólicos estavam dentro do padrão de normalidade.
Outro estudo amplo, relacionado ao maior risco cardiovascular, entre portadores de sobrepeso e obesidade, foi desenvolvido pela Universidade de Birmingham, no Reino Unido. Cerca de 3,5 milhões de pessoas foram analisadas por essa pesquisa, entre as décadas de 1995 e 2015. Dentre os participantes do estudo, 61 mil desenvolveram doença coronariana, com o decorrer do tempo, enquanto outra parte teve diagnóstico de problemas, como AVC e insuficiência cardíaca, confirmando a tese de que pessoas com obesidade têm risco 50% maior para doenças cardíacas do que aquelas com peso normal. Com esse estudo, os pesquisadores concluíram que “obeso saudável” é um mito.
Para Dr. Barojas, todos esses achados acendem um alerta para a necessidade de acompanhamento especializado entre os portadores de sobrepeso ou obesidade. “Com suporte clínico multidisciplinar, do médico clínico, cardiologista ou endocrinologista, do psicólogo, do nutricionista, entre outros profissionais, o paciente pode conhecer o seu estado clínico e, principalmente, desvendar os fatores que estão motivando o seu ganho de peso. Dessa forma, ele pode prevenir impactos negativos para a própria saúde e qualidade de vida, seja de forma imediata ou em longo prazo”, finaliza.
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