A gravidez tem um impacto profundo no funcionamento da glândula tireoide. O diagnóstico e o tratamento das doenças dessa glândula, durante a gravidez e no pós-parto, são complexos, mas o conhecimento sobre a interação entre a tireoide e a gravidez (puerpério) está avançando em ritmo acelerado.
Funcionamento Normal – Os testes de função tireoidiana mudam durante a gravidez, devido à influência de hormônios produzidos na gestação: a gonadotrofina coriônica humana (hCG), o hormônio que é medido no teste de gravidez, e o estrogênio, o principal hormônio feminino. A tireoide precisa produzir mais hormônios que o habitual e as dosagens de TSH e T4 Livre (principal hormônio produzido na glândula) precisam estar normais, durante a gravidez. Para manter essa alta demanda, a glândula pode aumentar de tamanho, ocasionando o bócio. Durante as primeiras 12 semanas de gravidez, o bebê é completamente dependente da mãe para a produção do hormônio tireoidiano e, somente no final do primeiro trimestre, a tireoide fetal começa a produzir hormônio por conta própria.
O risco do hipotireoidismo na gestação – A causa mais comum de hipotireoidismo é o distúrbio autoimune, conhecido como tireoidite de Hashimoto, que pode ser diagnosticado durante a gestação. Mulheres que já possuem diagnóstico de tireoidite de Hashimoto, também, podem ficar com níveis inadequadamente baixos de hormônios da tireoide, se não tiverem um bom e intenso acompanhamento durante a gravidez. Aproximadamente, 2,5% das mulheres terão testes de função tireoidiana alterados na gravidez.
Hipotireoidismo na mãe – Sem tratamento, o hipotireoidismo causa anemia, fraqueza muscular, insuficiência cardíaca congestiva, pré-eclâmpsia, anormalidades placentárias, recém-nascidos de baixo peso e hemorragia pós-parto. Essas complicações são mais prováveis em mulheres com hipotireoidismo mais grave. Já o hipotireoidismo mais leve pode ser assintomático ou os sintomas serem erroneamente atribuídos à gravidez.
Riscos do hipotireoidismo para o bebê – O hormônio tireoidiano é fundamental para o desenvolvimento cerebral do bebê. O hipotireoidismo não tratado, na mãe, pode levar ao desenvolvimento cerebral prejudicado no bebê e retardo mental irreversível.
Principais recomendações – Não há consenso geral sobre o rastreamento de todas as mulheres para o hipotireoidismo, durante a gravidez. No entanto, recomendo checar o TSH, antes mesmo da gravidez (aconselhamento pré-concepção) ou assim que a gravidez for confirmada. Isso é crucial em mulheres com alto risco para doenças da tireoide (tratamento prévio para hipertireoidismo, história familiar positiva de doença da tireoide, histórico de doenças autoimunes como lupus e diabetes tipo 1 e mulheres com bócio). A mulher com hipotireoidismo já diagnosticado deve fazer avaliação laboratorial, assim que a gravidez for confirmada, pois as necessidades dos hormônios da tireoide irão, certamente, aumentar e, consequentemente, a dosagem de levotiroxina (hormômio sintético) precisará de reajuste. Todas as questões referentes ao manejo de doenças da tireoide e gravidez, inclusive abrangendo situações de infertilidade, devem ser discutidas com o médico endocrinologista especialista no assunto.
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