O ganho de gordura corporal, em excesso, esconde uma série de influências – comportamentais, genéticas, metabólicas e psicoemocionais – que dificultam, por vezes, a adesão adequada ao tratamento, gerando frustração em quem tem a redução de peso como meta. Não à toa, o excesso de peso mantém escalada contínua na população, enquanto surgem novas dietas da moda. Atualmente, mais da metade dos brasileiros está acima do peso ideal e boa parte dessas pessoas conhece de perto os impactos da epidemia de obesidade. Na Bahia, 8,5 milhões de pessoas sofrem pelo excesso de peso e 3,1 milhões, pela obesidade. Reflexo de um contexto mundial, este cenário motivou o encontro de especialistas, das diferentes áreas da saúde, no 1º Simpósio de Metabologia e Obesidade do Hospital Português, nos dias 6, 7 e 8 de junho. O encontro marcou, ainda, a estruturação do mais novo serviço especializado, nesta área: o Centro de Metabologia e Obesidade (CMO) do Hospital Português.
Novo Serviço Especializado em Redução e Controle do Peso
Alinhado com a demanda da população por atendimento especializado em saúde, o novo Centro de Metabologia e Obesidade (CMO) do Hospital Português tem foco na eliminação dos fatores de risco para o sobrepeso e a obesidade. “A estruturação deste Serviço visa concentrar atendimentos personalizados para pessoas com indicação para a redução de peso – e aquelas que buscam por assistência preventiva, a fim de evitar o ganho de peso corporal em excesso e uma possível obesidade”, informa a médica endocrinologista líder do Serviço, Dra. Maria Creusa Rolim.
De acordo com a especialista, o grande diferencial do CMO é unir uma infraestrutura completa para o acolhimento humano e individualizado do paciente: desde equipe multidisciplinar especializada na prevenção, no tratamento e acompanhamento assistencial, até o suporte do parque tecnológico de ponta do HP. Em fase final de estruturação, o CMO vai estar localizado no Ambulatório Vida Saudável da Instituição, tendo acesso independente pela Avenida Princesa Isabel (ao lado da Maternidade Santamaria), e contará com atendimentos de segunda a sexta-feira.
Para o coordenador do Laboratório do Sono do HP, Dr. Francisco Hora, diante da complexidade de fatores vinculados ao ganho de peso excessivo, é preciso desconstruir a ideia de que a cirurgia bariátrica é a única solução viável para reverter o excesso de peso. “A decisão cirúrgica deve ser resultado de uma avaliação minuciosa do portador de sobrepeso ou obesidade, feita por uma equipe multidisciplinar especializada, considerando a história de vida do paciente e os seus comportamentos habituais”, destaca.
Sobrepeso x Obesidade
Embora o sobrepeso não seja considerado uma doença (como acontece com a classificação de obesidade, pela Organização Mundial de Saúde – OMS), ele merece atenção, pois representa um alerta de que o estilo de vida precisa ser modificado. “O sobrepeso é uma condição que antecede a obesidade. Não significa dizer que toda pessoa com gordura em excesso terá problemas de saúde, mas que existem chances potenciais de adoecer com o tempo. Diante desse risco iminente, é importante interromper essa caminhada nociva, buscando o acompanhamento especializado para controlar o peso, dentro das taxas de normalidade”, orienta a endocrinologista.
A OMS classifica o peso corporal da população a partir do cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), considerando normal o IMC de 18,5 a 24,9; sobrepeso, de 25 a 29,9; e obesidade, acima de 30. “O IMC é o primeiro critério de avaliação da quantidade de gordura no corpo, mas, podem ser realizados outros exames complementares, mais completos. A densitometria de corpo inteiro é considerada padrão ouro na análise da composição corporal, revelando o total de massa óssea, gordura e massa magra, para um diagnóstico mais preciso”, informa Dra. Maria Creusa Rolim.
Sinais de alerta
Quanto maior o acúmulo de gordura no corpo, maior o risco de desenvolver problemas de saúde, especialmente, se a gordura excessiva está localizada no abdômen. Embora estudos mostrem que a gordura concentrada na região do quadril, comum em mulheres, é benéfica, na obesidade, contudo, há um risco aumentado para diferentes problemas de saúde: câncer, apneia do sono, asma, problemas psiquiátricos decorrentes do excesso de peso, risco duplicado para diabetes, risco triplicado para hipertensão, dificuldade de mobilidade, entre outros danos físicos, psicoemocionais e sociais.
Vida mais saudável
Uma das linhas de trabalho da equipe multidisciplinar do CMO é proposição de novos hábitos, no dia-a-dia do paciente, alinhados com a meta de uma vida mais saudável. Chefe de Nutrição do HP, Gildete Fernandes observa que o processo de controle e/ou redução de peso não é algo imediato; requer tempo de aprendizagem e suporte multiprofissional para ampliar as chances de êxito, em longo prazo. “Na reeducação alimentar, por exemplo, é preciso desenvolver uma nova relação com o alimento. Geralmente, obtém mais sucesso, em longo prazo, um planejamento alimentar mais flexível, que objetive a reeducação e atenda as necessidades nutricionais do paciente, considerando não apenas a quantidade de calorias, mas as preferências alimentares, o aspecto financeiro, o estilo de vida e o requerimento energético pessoal para manutenção da saúde”, informa a nutricionista.
A má alimentação é um dos fatores que podem levar ao excesso de gordura corpórea. Além da carga genética pessoal, outros comportamentos comuns, na atualidade, estão envolvidos no ganho de peso, como sedentarismo, poucas horas de sono e de lazer. A atenção multidisciplinar especializada busca, justamente, identificar e eliminar os fatores de risco, definindo estratégias terapêuticas alinhadas com as necessidades de cada paciente.
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