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Prevenção às conjuntivites na alta estação

9 de dezembro de 2019

*Artigo de autoria de Dra. Beatriz da Silva Oliveira, especialista em córnea e doenças externas oculares do Serviço de Oftalmologia do HP

A conjuntivite é uma inflamação que atinge a superfície da parte branca dos olhos (conjuntiva) e a parte interna das pálpebras, gerando grande desconforto. As causas mais comuns são infecciosas ou alérgicas.

No período da alta estação, a conjuntivite infecciosa se torna mais frequente por razões diversas, que facilitam a proliferação dos vírus causadores desta enfermidade, aumentando a frequência das endemias. As temperaturas mais elevadas no período e a maior aglomeração e contato de pessoas em espaços públicos são fatores importantes para esse aumento. Embora o quadro de conjuntivite possa variar bastante, os sinais e sintomas mais comuns incluem vermelhidão nos olhos, coceira, secreção amarelada, sensação de corpo estranho e edema palpebral. Este quadro pode afetar apenas um olho ou ambos os olhos.

Já as conjuntivites alérgicas, mais comuns na primavera, costumam ser ocasionadas por mudanças bruscas de temperatura, contato com pelos de animais, mofo, pólen, cloro de piscinas, produtos de limpeza, maquiagem, entre outros. É importante lembrar que este subtipo não é contagioso. Seus sintomas mais comuns são: coceira, sensação de areia, lacrimejamento, vermelhidão, podendo haver também secreção esbranquiçada. Os vírus são os maiores responsáveis pelos quadros de infecção, nessa época do ano. Entretanto, os subtipos de vírus e a condição imunológica de cada paciente fará o quadro variar de leve a intenso e de curta duração até um período mais prolongado.

Felizmente, a prevenção do contágio é possível com adoção de medidas muito simples e eficientes: lavagem das mãos, sempre com água e sabão, e evitar tocar nos olhos antes de realizar este cuidado de higiene. Vale lembrar que a contaminação não acontece pelo ar, mas, pelas mãos, no contato com os olhos e objetos contaminados. Assim, para proteger os olhos das doenças virais é muito importante também realizar a limpeza e separação de objetos de uso comum – por exemplo, evitar compartilhar toalhas, roupas de cama, óculos de sol, entre outros objetos. É igualmente relevante que pessoas contaminadas pelo vírus da conjuntivite sejam afastadas do ambiente de trabalho até a melhora do quadro. Este cuidado visa reduzir a contaminação de outras pessoas, diminuindo a chance de ocorrerem endemias.

Diante do reconhecimento de qualquer um dos sintomas desta enfermidade, não se deve adotar medidas “caseiras”; o ideal é procurar sempre um médico oftalmologista, pois somente um especialista pode realizar o exame clínico em consultório para confirmar o diagnóstico e orientar o tratamento mais adequado para cada paciente.