Dormir bem: entrevista com Dr. Francisco Hora, coordenador do Laboratório do Sono do HP
11 de fevereiro de 2020
Há quem considere dormir uma grande perda de tempo, mas a ciência revela que as noites de sono são essenciais para a saúde: regeneram o organismo e regulam o apetite, o peso, os níveis glicêmicos, a pressão arterial, a produção de anticorpos, o crescimento, a libido, entre outras funções. Em tempos de estímulos cotidianos múltiplos, esses benefícios se mostram um tanto distantes de serem alcançados, especialmente, para uma parcela significativa da população (mais de 73 milhões de brasileiros) que já enfrenta dificuldades para dormir. Felizmente, o coordenador do Laboratório do Sono do Hospital Português, Dr. Francisco Hora, informa que os fatores prejudiciais ao sono podem ser revertidos com suporte médico especializado (diagnostico e tratamento adequados) e melhores hábitos de vida. Nesta entrevista, o especialista orienta como atingir a meta de dormir bem. Confira!
Algumas pessoas dormem cedo, outras mais tarde. Isso interfere na qualidade do sono?
Não, necessariamente. A quantidade de horas de sono ideal é algo individualizado, varia de pessoa para pessoa. Seguir horários regulares para dormir, acordar e comer ajuda a desenvolver um padrão de sono adequado, no dia a dia. Contudo, o mais importante que o tempo de sono é a qualidade desse descanso; porque o ciclo do sono apresenta quatro estágios fisiológicos diferentes, que precisam ser atingidos para assegurar a plena recuperação física e mental.
Então, dormir e ter um sono reparador são situações distintas?
Sim. À medida que envelhecemos, perdemos sono em quantidade e em qualidade. Quando esta necessidade fisiológica é insuficiente, o corpo dá sinais em forma de insônia, cansaço, sonolência, alterações de humor, dor de cabeça, disfunções hormonais, ganho de peso, redução da libido, imunidade baixa, dificuldade de concentração, comprometimento das funções intelectuais e cognitivas (memorização e aprendizado), entre mais de 70 distúrbios associados ao sono. Logo, qualquer alteração do sono que seja persistente, requer investigação médica.
Após um dia cheio de atividades, como é possível ter um sono pleno?
Em primeiro lugar, desacelerando e relaxando corpo e mente. Hoje, o sono divide espaço com diversas situações do dia: ansiedade, preocupação com pendências, uso excessivo de novas tecnologias (celular, games, tv, entre outras). Assim, é crucial entender o sono como uma necessidade orgânica fundamental ao bem-estar e criar uma rotina favorável à regulação do relógio biológico. Esta pausa diária de descanso não deve ser comprometida, nem mesmo pelo lazer. Usar o celular ou qualquer outro aparelho eletrônico na hora de dormir só vai espantar o sono. O ideal é evitá-los no quarto.
O que é preciso para atingir o nível de relaxamento ideal para dormir?
Seguir medidas de higiene do sono, no dia-a-dia, como: fazer refeições leves, de fácil digestão e livres de estimulantes (cafeína e álcool), antes de dormir; vestir roupas confortáveis; não ir para a cama sem sono; não usar a cama para assistir televisão, ler, estudar, trabalhar ou comer; ter um quarto tranquilo, com temperatura agradável e sem estímulos sonoros ou luminosos – a escuridão é condição essencial à produção do hormônio (melatonina) regulador do sono e do descanso reparador. Caso, a dificuldade para dormir continue, é importante buscar ajuda especializada.
Como é feito o diagnóstico e tratamento dos problemas do sono?
A partir de uma avaliação minuciosa e bastante simples: a Polissonografia. Esse exame, considerado padrão ouro, registra múltiplas variáveis fisiológicas do sono: respiração, oxigenação sanguínea, movimentação dos olhos, ronco, posição corporal, atividade muscular e cerebral. Assim, o resultado permite traçar um plano terapêutico personalizado para cada paciente. O Laboratório do Sono do HP oferece um ambiente planejado, com todo o conforto para a realização do exame, que é feito à noite, de segunda a sábado.
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