Grandes aglomerações demandam atenção para evitar o risco de contágio
11 de fevereiro de 2020
Festa com uma das maiores concentrações de público por metro quadrado, o carnaval é, também, uma época propícia ao contato físico intenso e à transmissão de doenças infecciosas entre pessoas. No momento em que o mundo se coloca em alerta para o coronavírus (causador da doença respiratória 2019-nCoV, com potencial de transmissão de pessoa para pessoa), a proximidade da festa reacende a importância de seguir medidas preventivas contra doenças infecto contagiosas. Médico líder da Infectologia do Hospital Português (HP), Dr. Alessandro Farias, observa que, historicamente, o contágio de diferentes tipos de agentes infecciosos é comum nas aglomerações. “Grandes multidões criam um ambiente favorável à transmissão de infecções. A presença de visitantes do mundo inteiro é outro fator que ajuda a elevar a concentração de agentes patogênicos circulando na cidade”, observa o infectologista.
Coronavírus
A descoberta recente do coronavírus 2019-nCov, na China, mantém o planeta em alerta pelo alto risco de contágio. Milhares de pessoas contraíram o novo vírus, que já fez mais de cem vítimas fatais e segue avançando, em diferentes partes do mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou situação de emergência sanitária global. No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) monitora a doença e investiga as ocorrências de casos suspeitos, já tendo criado um planejamento de contingência. A classificação de risco do País, também foi elevada para o nível 3, sinalizando emergência em saúde pública e a necessidade de preparo para uma potencial introdução do vírus na população brasileira.
Dr. Alessandro explica que a família viral dos coronavírus (CoV) é conhecida dos profissionais da saúde, há pelo menos seis décadas, estando comumente associada a problemas respiratórios leves e moderados, como nos resfriados. “Entretanto, em 2002, descobriu-se que essa família de vírus possuía uma variação, que causa a síndrome respiratória aguda grave, conhecida pela sigla SARS-CoV, responsável por uma epidemia mundial, em 2003. Em 2012, outra variante do coronavírus (Mers-CoV) causou uma nova epidemia internacional”, observa o infectologista.
O que se sabe do novo coronavírus 2019-nCov é que causa sintomas semelhantes aos de problemas respiratórios comuns, como gripes e resfriados, porém, com rápida evolução para síndromes respiratórias graves. O MS orienta seguir medidas preventivas, como: evitar contato com pessoas com sintomas de infecções respiratórias agudas; evitar contato com animais silvestres; lavar as mãos, frequentemente, com água e sabão; cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir, lavando as mãos, em seguida; usar lenço descartável para higiene nasal; não tocar olhos, nariz e boca; não compartilhar objetos de uso pessoal; e permanecer em ambientes ventilados.
Outro ponto crucial no combate ao coronavírus é o preparo técnico dos profissionais da saúde. “Estamos realizando o treinamento das nossas equipes assistenciais para o diagnóstico de eventuais casos da patologia, em nossa Região, e seguimento de protocolos clínicos específicos para esses casos”, informa o infectologista.
Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)
A cada dia, 1 milhão de pessoas contraem algum tipo de Infecção Sexualmente Transmissível (IST), no mundo, segundo a OMS. Esse grupo de doenças ainda tem sido muito frequente e preocupante, especialmente no período do carnaval. Dr. Alessandro Farias observa que o ciclo de transmissão se mantém, principalmente, pela falta de prevenção na hora do sexo, com uso de preservativo – um descuido que contribuiu para 1,7 milhão de casos novos de HIV, no mundo, em 2019. Entre os brasileiros, foram 43,9 mil infectados, em 2018. Embora a AIDS venha sendo controlada, estudos apontam aumento significativo no número de casos novos de outras doenças evitáveis: Sífilis, Gonorreia e Clamídia. O risco de adquirir uma dessas infecções é de 75%, em um ano, entre homens que fazem sexo com homens sem parceria fixa.
“A prevenção requer estratégias combinadas, ou seja, usar camisinha, tratar os parceiros infectados precocemente, realizar testes anuais, tomar as vacinas contra HPV e Hepatite B e, em casos específicos, utilizar antivirais. Além disso, a conscientização por meio de campanhas educativas é essencial”, finaliza o infectologista.
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