As mudanças físicas e emocionais causadas por oscilações nos hormônios são velhas conhecidas do público feminino e causa frequente de impactos na qualidade de vida. Se na juventude, a chegada da idade reprodutiva impõe à mulher o desafio de lidar com tais flutuações químicas do organismo (especialmente, no período de Tensão Pré-menstrual, TMP), na maturidade, é a redução da atividade ovariana que traz outra situação desafiadora: os sintomas da menopausa. “Isto acontece porque o padrão hormonal feminino segue um fluxo natural para cada fase da vida. Contudo, os sintomas associados podem ser minimizados com melhores hábitos e acompanhamento médico especializado, sempre que preciso”, observa a especialista do Serviço de Endocrinologia do Hospital Português (HP), Dra. Camila Kruschewsky.
Em geral, as mulheres brasileiras vivenciam a menopausa (última menstruação da vida) por volta dos 45-55 anos de idade. Contudo, a endocrinologista lembra que esse momento é antecedido por uma fase de mudanças, com sintomas que podem durar cerca de dez anos. “Essa fase de transição na mulher, chamada de climatério, marca a passagem do período reprodutivo para o não reprodutivo, com uma queda drástica na produção de hormônios. São alterações que acontecem de forma progressiva, na medida em que o tempo passa e os ovários vão perdendo a capacidade reprodutiva, reduzindo a produção de progesterona e estrogênio. A menopausa é um marco no climatério e um fenômeno natural a todas as mulheres”, informa a médica.
Como consequência, as emoções e o corpo dão sinais, e em 80% das mulheres podem surgir: ondas de calor, secura na pele, queda de cabelo, risco aumentado para doenças cardiovasculares e osteoporose, perda de massa muscular, insônia, alterações de humor, dificuldade de concentração, sensação de inchaço no corpo e mamas, dores de cabeça, ganho de peso, ressecamento vaginal, entre outras reações. Na visão da especialista, a melhor forma de vivenciar o climatério é investindo em prevenção. “Praticar atividade física regularmente, ter uma alimentação equilibrada e momentos de lazer, para evitar o estresse e o risco de depressão, é essencial. Além disso, a mulher dispõe hoje, de informação, recursos diagnósticos e terapêuticos (incluindo uma diversidade de opções medicamentosas), que favorecem a terapia individualizada, visando à manutenção da saúde e do bem-estar”, observa Dra. Camila.
Mas se nada disso funcionar, a endocrinologista informa que uma alternativa terapêutica para casos específicos é a reposição hormonal – indicada para mulheres muito sintomáticas e, sobretudo, nos primeiros dez anos do período, a chamada “janela de oportunidades”. “Nesses casos, é possível atenuar sintomas e prevenir o surgimento de osteoporose e demência na mulher. Quando iniciada precocemente é capaz, ainda, de reduzir o risco de surgimento de infarto ou AVC”, ressalta a endocrinologista. Contudo, a reposição hormonal deve ser individualizada, pois, como todo tratamento medicamentoso, possui riscos e efeitos colaterais. “Sabemos sobre o aumento na incidência de câncer de mama e endométrio, embora este risco seja baixo e dependa do tipo de hormônio utilizado. Também, há maior chance de ocorrer trombose venosa. Mulheres com diagnóstico prévio destas comorbidades não devem utilizar este tratamento”, adverte.
Esses fatores tornam a decisão sobre realizar reposição hormonal algo individualizado, respeitando os sintomas de cada mulher, a opinião pessoal e os riscos e benefícios envolvidos. De acordo com Dra. Camila, nos casos indicados, o tratamento é feito pelo menor período de tempo necessário e na menor dose possível. “O objetivo é proporcionar benefícios na medida certa, sem exageros ou aumento de riscos desnecessários para a paciente”, finaliza.
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