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Estudo em UTIs traça panorama nacional de pacientes críticos em pós-operatório

12 de junho de 2020

Anterior à pandemia do novo coronavírus, o estudo “epidemiologia e desfecho dos pacientes de alto risco cirúrgico admitidos em unidades de terapia intensiva, no Brasil” contou com a participação de um time de especialistas da Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia (UGH) do Hospital Português. “Sem pretensão de ser uma análise conclusiva, a pesquisa traz contribuições importantes no âmbito nacional. Os resultados obtidos acabam de ser publicados na Revista Brasileira de Terapia Intensiva (edição de maio de 2020), tendo coautoria de três colaboradores da UGH, incluindo os médicos responsáveis pela condução da pesquisa na Instituição, Dr. Ricardo Cruz e Dr. André Estrela”, destaca o coordenador do Serviço, Dr. Paulo Lisboa Bittencourt.

Utilizando método de coorte prospectivo multicêntrico e observacional, o estudo lança um olhar amplo sobre as causas de internação, complicações associadas e mortalidade em UTIs. Participaram da amostra nacional 25,5 mil pacientes, incluindo 904 em pós-operatório de alto risco de morbimortalidade, admitidos em 29 unidades de terapia intensiva de hospitais de grande porte, com capacidade e experiência nesse tipo de atendimento, em diferentes regiões brasileiras. Na Bahia, o HP contribuiu com o estudo através da expertise assistencial da UGH, obedecendo ao protocolo institucional de ética em pesquisa. Ao longo de seis meses (entre maio e novembro de 2017) a investigação avaliou e acompanhou o pós-operatório desses pacientes no país.

Os principais achados do estudo englobam taxa de mortalidade aproximada de 10%, aos 28 dias de internação, e problemas pós-operatórios em 30% dos casos, principalmente em decorrência de fatores cardiovasculares e renais. Os resultados também sugerem outros fatores de risco associados à maior frequência de complicações e mortalidade no público estudado, como idade avançada, tempo cirúrgico prolongado e realização de cirurgias de urgência e emergência. A análise identificou, ainda, baixo número de internações em UTIs por complicações cirúrgicas, e queda na mortalidade de pacientes cirúrgicos de alto risco – índice compatível com o de outras regiões do mundo.

“São dados que traçam um panorama nacional relevante sobre as práticas de terapia intensiva e podem contribuir com avaliações comparativas sobre o perfil do paciente crítico hospitalizado no período pós-pandemia”, conclui Dr. Ricardo Cruz.