Expressão do progresso da medicina intervencionista, as cirurgias se colocam como ferramentas resolutivas no tratamento das mais diversas afecções, quando bem indicadas. Valendo-se de técnicas avançadas ou convencionais, insumos de ponta e times preparados, tais intervenções se aplicam à reabilitação da saúde de forma planejada e preventiva, bem como, podem ajudar a reverter quadros de urgência e emergência. Com a recente retomada dos procedimentos eletivos por diferentes especialidades médicas (após suspensão temporária devido à chegada da pandemia ao Brasil), médicos e pacientes com essa recomendação terapêutica já podem dar continuidade ao planejamento cirúrgico. A alternativa, comparada ao atendimento emergencial, é vista como mais apropriada por entidades representativas da saúde e especialistas, como o coordenador do Centro Cirúrgico do Hospital Português (HP), Dr. Gustavo França.
“Uma operação executada de modo planejado e precoce, por vezes, dá ao paciente a chance de receber um tratamento menos invasivo, mais seguro e eficaz; também, evita o agravamento de patologias para o estágio de atendimento emergencial e amplia as possibilidades de êxito no desfecho clínico. Por outro lado, retardar ou interromper terapias para doenças não emergenciais contribui para o surgimento de complicações e aumento da morbimortalidade, em longo prazo”, destaca o médico.
Reforço dos protocolos de cirurgia segura
Em razão da pandemia, a ênfase nos mecanismos de segurança no atendimento médico-hospitalar é condição fundamental, especialmente, nas intervenções cirúrgicas. No período de suspensão dos procedimentos eletivos, o mercado buscou se adequar às exigências do momento. No Hospital Português, essa pausa serviu para intensificar o rigor habitual das equipes cirúrgicas nas práticas de segurança do paciente. Dr. Gustavo França lembra que a Instituição é referência em atendimentos de alta complexidade, possui padrão internacional e foi uma das pioneiras, na Bahia, a consolidar o uso rotineiro de protocolos clínicos gerenciados, baseados em evidências científicas – como o Protocolo de Cirurgia Segura e o checklist para conferência das etapas cirúrgicas, condutas estabelecidas na execução dos procedimentos e requisitos informados na internação do paciente.
“A pandemia contribuiu para incrementar as ações já praticadas pelos colaboradores, que passaram a ter mais um alvo a ser combatido: a Covid-19. Desse modo, as ações se somam na rotina assistencial e reforçam a padronização do trabalho das diferentes equipes. Como principais consequências temos um ambiente hospitalar mais seguro e um risco cirúrgico bem controlado”, ressalta o médico.
Maior segurança e qualidade na assistência hospitalar
Sempre buscando aperfeiçoar as práticas de cuidado seguro do paciente, o HP segue alinhado com as diretrizes e parâmetros internacionais da saúde. No que se refere à prevenção e ao combate da transmissão do novo coronavírus, a Instituição dispõe de grupos de trabalho treinados e experientes, processos assistenciais rigorosos e bem definidos para o atendimento de pacientes sem a Covid-19 e, ainda, para aqueles com diagnóstico positivo para a infecção, como Alas de internamento específicas. As boas práticas mantidas pelo HP ao longo da pandemia resultam no grande êxito assistencial: mais de 230 pacientes tratados e reabilitados de Covid-19, no HP, já retornaram para as suas famílias e retomaram suas rotinas. Parte destes pacientes pertence ao grupo de risco e teve a forma mais grave da doença.
Reforço das rotinas no Centro Cirúrgico
Hoje, a segurança de pacientes e profissionais envolvidos diretamente na condução dos procedimentos é reforçada por uma série de medidas adotadas no Centro Cirúrgico. As ações fazem parte de rigorosos Protocolos Clínicos e se somam ao conjunto amplo de medidas já adotadas pela Instituição, desde o início da pandemia, para preservar a qualidade e segurança durante a hospitalização, tais como:
- Maior vigilância na higienização das mãos e orientação sobre a relevância dessa prática de rotina;
- Restrição mais severa no acesso ao Centro Cirúrgico;
- Instalação de sistema de pressão negativa nas salas de cirurgia, também equipadas com de filtro de ar e sistema de troca de ar, pelo menos, 12 vezes a cada hora;
- Realização de treinamentos para reciclagem de conhecimentos dos colaboradores sobre a utilização dos protocolos específicos da Covid-19;
- Uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para acesso ao Centro Cirúrgico;
- Otimização dos agendamentos cirúrgicos para evitar a realização de muitas cirurgias nos mesmos horários;
- Controle da temperatura corporal, efetivação de triagem clínica e avaliação do olfato de todos os colaboradores com autorização para acessar o Centro Cirúrgico;
- Cumprimento de protocolos específicos de cuidado de pacientes com Covid-19;
- Disponibilização de salas cirúrgicas exclusivas para pacientes com Covid-19;
- Definição de fluxos de atendimento exclusivos para pacientes com Covid-19;
- Disponibilização de Alas de internamento exclusivas para o pré-operatório e pós-operatório de pacientes em tratamento de outras patologias (com diagnóstico negativo para Covid-19);
- Utilização de Protocolo de Triagem Laboratorial e Protocolo de Exames de Imagem para pacientes com Covid-19.
Protocolo Pré-Operatório de Triagem da Covid-19
Outra medida voltada à maior segurança do paciente e do corpo funcional do HP é realização obrigatória do exame PCR, que diagnostica a Covid-19, ainda na fase pré-operatória dos procedimentos eletivos. Assim como ocorre com os demais exames pré-operatórios, o teste PCR pode ser feito em laboratório da preferência do paciente. A requisição para este exame pode ser obtida com o cirurgião ou no Consultório Pré-Operatório do HP. Nesse momento, o paciente deve assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que, entre outras orientações, informa a necessidade de isolamento social no período pré-operatório, o risco do resultado “falso negativo” do exame para Covid-19 e os riscos de fazer uma cirurgia, durante a pandemia.
O HP orienta ainda que a coleta de material para o exame de PCR aconteça entre 3 a 5 dias antes da operação. Isto porque o material a ser examinado deve ser colhido o mais próximo possível da data programada para o procedimento, respeitando o intervalo necessário para entrega do resultado até a data agendada para a intervenção. Na véspera da cirurgia, o Hospital entra em contato com o paciente para confirmar se o exame de PCR foi feito e liberar o procedimento agendado em caso de resultado negativo. Caso o diagnóstico seja positivo, a avaliação será individualizada.
Exames pré-cirúrgicos complementares
A complementação diagnóstica pré-operatória pode envolver ainda a realização do exame de Tomografia Computadorizada de Tórax, que deve ser solicitado no Consultório Pré-Operatório do HP por pacientes com indicação, ou seja, que atendam pelo menos a um critério para fazer o exame: permanecer sob o efeito de anestesia geral por tempo superior a 2 horas; ter diagnóstico positivo para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), obesidade e/ou neoplasia; idade superior a 65 anos; submeter-se a operação de grande porte. O exame é feito sem uso de contraste e obedece a Protocolo de Baixa Radiação específico. Caso o resultado aponte alguma alteração, médico e paciente devem avaliar em conjunto os riscos e benefícios de realizar a cirurgia.
“As intervenções cirúrgicas de urgência ou emergência em pacientes do grupo de risco, sempre que possível, deverão incluir os exames de PCR para Covid-19 e a Tomografia Computadorizada de Tórax. Esses casos são avaliados individualmente e ponderados conforme a urgência e a condição clínica do paciente”, finaliza Dr. Gustavo França.