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HP retoma cirurgias eletivas e aumenta rigor na aplicação de protocolos assistenciais

20 de julho de 2020

Expressão do progresso da medicina intervencionista, as cirurgias se colocam como ferramentas resolutivas no tratamento das mais diversas afecções, quando bem indicadas. Valendo-se de técnicas avançadas ou convencionais, insumos de ponta e times preparados, tais intervenções se aplicam à reabilitação da saúde de forma planejada e preventiva, bem como, podem ajudar a reverter quadros de urgência e emergência. Com a recente retomada dos procedimentos eletivos por diferentes especialidades médicas (após suspensão temporária devido à chegada da pandemia ao Brasil), médicos e pacientes com essa recomendação terapêutica já podem dar continuidade ao planejamento cirúrgico. A alternativa, comparada ao atendimento emergencial, é vista como mais apropriada por entidades representativas da saúde e especialistas, como o coordenador do Centro Cirúrgico do Hospital Português (HP), Dr. Gustavo França.

Uma operação executada de modo planejado e precoce, por vezes, dá ao paciente a chance de receber um tratamento menos invasivo, mais seguro e eficaz; também, evita o agravamento de patologias para o estágio de atendimento emergencial e amplia as possibilidades de êxito no desfecho clínico. Por outro lado, retardar ou interromper terapias para doenças não emergenciais contribui para o surgimento de complicações e aumento da morbimortalidade, em longo prazo”, destaca o médico.

Reforço dos protocolos de cirurgia segura

Em razão da pandemia, a ênfase nos mecanismos de segurança no atendimento médico-hospitalar é condição fundamental, especialmente, nas intervenções cirúrgicas. No período de suspensão dos procedimentos eletivos, o mercado buscou se adequar às exigências do momento. No Hospital Português, essa pausa serviu para intensificar o rigor habitual das equipes cirúrgicas nas práticas de segurança do paciente. Dr. Gustavo França lembra que a Instituição é referência em atendimentos de alta complexidade, possui padrão internacional e foi uma das pioneiras, na Bahia, a consolidar o uso rotineiro de protocolos clínicos gerenciados, baseados em evidências científicas – como o Protocolo de Cirurgia Segura e o checklist para conferência das etapas cirúrgicas, condutas estabelecidas na execução dos procedimentos e requisitos informados na internação do paciente.

A pandemia contribuiu para incrementar as ações já praticadas pelos colaboradores, que passaram a ter mais um alvo a ser combatido: a Covid-19. Desse modo, as ações se somam na rotina assistencial e reforçam a padronização do trabalho das diferentes equipes. Como principais consequências temos um ambiente hospitalar mais seguro e um risco cirúrgico bem controlado”, ressalta o médico.    

Maior segurança e qualidade na assistência hospitalar

Sempre buscando aperfeiçoar as práticas de cuidado seguro do paciente, o HP segue alinhado com as diretrizes e parâmetros internacionais da saúde. No que se refere à prevenção e ao combate da transmissão do novo coronavírus, a Instituição dispõe de grupos de trabalho treinados e experientes, processos assistenciais rigorosos e bem definidos para o atendimento de pacientes sem a Covid-19 e, ainda, para aqueles com diagnóstico positivo para a infecção, como Alas de internamento específicas. As boas práticas mantidas pelo HP ao longo da pandemia resultam no grande êxito assistencial: mais de 230 pacientes tratados e reabilitados de Covid-19, no HP, já retornaram para as suas famílias e retomaram suas rotinas. Parte destes pacientes pertence ao grupo de risco e teve a forma mais grave da doença.

Reforço das rotinas no Centro Cirúrgico

Hoje, a segurança de pacientes e profissionais envolvidos diretamente na condução dos procedimentos é reforçada por uma série de medidas adotadas no Centro Cirúrgico. As ações fazem parte de rigorosos Protocolos Clínicos e se somam ao conjunto amplo de medidas já adotadas pela Instituição, desde o início da pandemia, para preservar a qualidade e segurança durante a hospitalização, tais como:

  • Maior vigilância na higienização das mãos e orientação sobre a relevância dessa prática de rotina;
  • Restrição mais severa no acesso ao Centro Cirúrgico;
  • Instalação de sistema de pressão negativa nas salas de cirurgia, também equipadas com de filtro de ar e sistema de troca de ar, pelo menos, 12 vezes a cada hora;
  • Realização de treinamentos para reciclagem de conhecimentos dos colaboradores sobre a utilização dos protocolos específicos da Covid-19;
  • Uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para acesso ao Centro Cirúrgico;
  • Otimização dos agendamentos cirúrgicos para evitar a realização de muitas cirurgias nos mesmos horários;
  • Controle da temperatura corporal, efetivação de triagem clínica e avaliação do olfato de todos os colaboradores com autorização para acessar o Centro Cirúrgico;
  • Cumprimento de protocolos específicos de cuidado de pacientes com Covid-19;
  • Disponibilização de salas cirúrgicas exclusivas para pacientes com Covid-19;
  • Definição de fluxos de atendimento exclusivos para pacientes com Covid-19;
  • Disponibilização de Alas de internamento exclusivas para o pré-operatório e pós-operatório de pacientes em tratamento de outras patologias (com diagnóstico negativo para Covid-19);
  • Utilização de Protocolo de Triagem Laboratorial e Protocolo de Exames de Imagem para pacientes com Covid-19.

Protocolo Pré-Operatório de Triagem da Covid-19

Outra medida voltada à maior segurança do paciente e do corpo funcional do HP é realização obrigatória do exame PCR, que diagnostica a Covid-19, ainda na fase pré-operatória dos procedimentos eletivos. Assim como ocorre com os demais exames pré-operatórios, o teste PCR pode ser feito em laboratório da preferência do paciente. A requisição para este exame pode ser obtida com o cirurgião ou no Consultório Pré-Operatório do HP. Nesse momento, o paciente deve assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que, entre outras orientações, informa a necessidade de isolamento social no período pré-operatório, o risco do resultado “falso negativo” do exame para Covid-19 e os riscos de fazer uma cirurgia, durante a pandemia.

O HP orienta ainda que a coleta de material para o exame de PCR aconteça entre 3 a 5 dias antes da operação. Isto porque o material a ser examinado deve ser colhido o mais próximo possível da data programada para o procedimento, respeitando o intervalo necessário para entrega do resultado até a data agendada para a intervenção. Na véspera da cirurgia, o Hospital entra em contato com o paciente para confirmar se o exame de PCR foi feito e liberar o procedimento agendado em caso de resultado negativo. Caso o diagnóstico seja positivo, a avaliação será individualizada.

Exames pré-cirúrgicos complementares

A complementação diagnóstica pré-operatória pode envolver ainda a realização do exame de Tomografia Computadorizada de Tórax, que deve ser solicitado no Consultório Pré-Operatório do HP por pacientes com indicação, ou seja, que atendam pelo menos a um critério para fazer o exame: permanecer sob o efeito de anestesia geral por tempo superior a 2 horas; ter diagnóstico positivo para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), obesidade e/ou neoplasia; idade superior a 65 anos; submeter-se a operação de grande porte. O exame é feito sem uso de contraste e obedece a Protocolo de Baixa Radiação específico. Caso o resultado aponte alguma alteração, médico e paciente devem avaliar em conjunto os riscos e benefícios de realizar a cirurgia.

“As intervenções cirúrgicas de urgência ou emergência em pacientes do grupo de risco, sempre que possível, deverão incluir os exames de PCR para Covid-19 e a Tomografia Computadorizada de Tórax. Esses casos são avaliados individualmente e ponderados conforme a urgência e a condição clínica do paciente”, finaliza Dr. Gustavo França.