*Artigo de Dra. Rebecca Reis, coordenadora da Unidade Coronariana (UCO) do HP
Popularmente conhecida como “colesterol alto”, a dislipidemia é caracterizada pela alteração nos níveis de lipídios (gorduras) presentes no sangue. Essa disfunção é um dos principais fatores de risco para a aterosclerose, que é a formação de placas de colesterol nas artérias. Geralmente, é uma doença assintomática, mas que pode levar a problemas graves de saúde, como doença coronariana, acidentes vasculares cerebrais, doença arterial periférica obstrutiva, pancreatite aguda, depósitos na pele, entre outras patologias. Logo, o controle dos índices de colesterol no sangue é uma condição essencial para manter a saúde do coração e do sistema cardiovascular como um todo.
A causa de aparecimento da dislipidemia pode ter uma origem genética como, também, pode ser secundária a vários fatores relacionados ao estilo de vida: alimentação rica em gorduras saturadas e trans, sedentarismo, abuso no consumo de bebidas alcoólicas, uso de medicações, além do desenvolvimento de outros problemas de saúde como diabetes, hipotireoidismo e doença renal crônica. A prevenção desta doença está diretamente relacionada à adoção de um modo de vida saudável, o que envolve a realização regular de atividades físicas e uma alimentação balanceada – pobre em gorduras nocivas à saúde e enriquecida com gorduras insaturadas (conhecidas como ácidos graxos ou ômegas).
Além disso, o cuidado preventivo deve abranger o acompanhamento médico periódico, para avaliação do estado de saúde geral do paciente. Durante a consulta médica podem ser solicitados alguns exames laboratoriais com a finalidade de diagnosticar a dislipidemia. Entre as avaliações realizadas estão as dosagens de colesterol LDL, não HDL, triglicérides e HDL (o famoso “colesterol bom” ou “colesterol protetor”). É importante saber que esta investigação deve ser iniciada ainda na infância e mantida por toda a vida. Quando existirem fatores de risco, como história familiar de dislipidemia, o acompanhamento médico deve acontecer mais precocemente, ainda nos primeiros anos de vida.
Lembre-se: não há sintomas que indiquem o colesterol elevado no sangue. O imaginário popular costuma associar a ocorrência da dislipidemia exclusivamente a pessoas com sobrepeso, fumantes, sedentárias ou que se alimentam de forma inadequada, mas a verdade é que este problema pode atingir qualquer pessoa, inclusive jovens, magras e aparentemente saudáveis. Consulte o médico regularmente, mantenha os seus exames clínicos em dia e busque um estilo de vida saudável. Essa é a melhor forma de cuidar da sua saúde.
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