As doenças respiratórias estão presentes durante todo ano e cada estação tem uma peculiaridade que pode desencadear um quadro alérgico pré-existente. Nos climas temperados ou subtropicais, que possuem estações definidas, é mais fácil perceber, por exemplo, que os pacientes que têm alergia a pólen e gramíneas pioram muito durante a primavera. Já no outono/inverno, o ar mais frio e seco torna a mucosa respiratória mais vulnerável e as baixas temperaturas favorecem as aglomerações que, por sua vez, trazem consigo uma maior chance de disseminação de viroses respiratórias. Já o verão parece ser a estação mais “benéfica” para os alérgicos. No entanto, o aumento do calor e da umidade favorece a proliferação dos fungos, que são agentes extremamente alergênicos. Quem esclarece mais sobre o assunto é o otorrinolaringologista do HP, Dr.Miguel Andrade Neto.
1- Quais são os sintomas das alergias?
Os pacientes que têm rinite alérgica sofrem principalmente com crises de espirros, coceira no nariz/ouvido/garganta, coriza e congestão nasal. Os asmáticos apresentam principalmente tosse e falta de ar. Muitos indivíduos são portadores de ambas as patologias e podem apresentar sintomas de asma e rinite ao mesmo tempo. Eventualmente, os pacientes com rinite alérgica não controlada podem evoluir para um quadro de sinusite e apresentar secreção nasal espessa e amarelada, piora da obstrução nasal, dor de cabeça e na face, tosse, mau hálito, febre e diminuição do olfato.
2- Quem sofre mais com as patologias respiratórias?
Os principais alvos são os jovens: crianças, adolescentes e adultos jovens são mais alérgicos. Com o avançar da idade há uma tendência de melhora natural para a maioria dos indivíduos.
3- O que fazer para prevenir as alergias?
Quando se fala em saúde, a prevenção é o mais importante. E, em se tratando de doenças alérgicas, essa máxima deve ser ainda mais respeitada! É fundamental a higiene do ambiente em que moramos, estudamos ou trabalhamos. Poeira, mofo (fungos) e ácaros devem ser eliminados desses locais. Recomenda-se passar um pano úmido em todos os ambientes duas vezes ao dia ao invés de varrer, para não deixar a poeira em suspensão. Infiltrações nas paredes e tetos devem ser corrigidas e a circulação de ar na casa também é muito importante para evitar o mofo. A troca frequente de lençóis, fronhas e cobertores (os maiores reservatórios de ácaros) também é de fundamental importância. Para aqueles que têm alergia a pelos ou penas, o contato próximo com animais deve ser evitado. Mas, caso trate-se de um animal de estimação, seu otorrino ou alergologista saberá como contornar essa situação.
4– Qual tratamento deve ser feito?
Existem diversas maneiras de se tratar os quadros alérgicos. Ressalto mais uma vez que a prevenção é o melhor remédio, mas há outras formas de controle quando a prevenção falha ou não é possível. A lavagem nasal diária com soro fisiológico tem se mostrado uma grande aliada dos alérgicos. É barata, eficaz e remove da mucosa nasal as partículas causadoras de alergia. Diversas classes de medicamentos também podem ser utilizadas para tratar crises agudas, bem como atuar profilaticamente para evitar que elas ocorram. Existe ainda a imunoterapia, tratamento que visa dessensibilizar indivíduos alérgicos para que eles deixem de entrar em crise quando em contato com agentes alergênicos.
5- Como estamos vivendo em época de pandemia e alerta máximo, como podemos diferenciar uma simples alergia de algo mais grave, como o coronavírus?
Essa definitivamente não é uma tarefa fácil! Os sintomas alérgicos muitas vezes se confundem com os sintomas iniciais das viroses respiratórias, inclusive a Covid-19. Mas seguem algumas dicas que podem ajudar nessa diferenciação: 1) Febre não é um sintoma de alergia. Então, na presença de um estado febril, devemos pensar sempre na possibilidade de um quadro infeccioso, seja ele viral ou bacteriano; 2) Os pacientes alérgicos têm crises periódicas desde a infância. Na presença de um quadro respiratório isolado, sem relatos anteriores semelhantes, deve-se considerar uma maior possibilidade de infecção do que de alergia. 3) Pensando especificamente no novo coronavirus, o que tem chamado a atenção é a presença de alterações do olfato e paladar sem uma obstrução nasal que possa justificar essa ocorrência.
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