Atividades educativas que visam sensibilizar a população para doação de órgãos são reforçadas no Setembro Verde. Para muitos pacientes, receber um novo órgão é a única chance de sobreviver. Apesar dos números crescentes de transplantes no Brasil, a lista de espera ainda é grande. No entanto, para que haja esse procedimento de alta complexidade, é importante ter a doação de órgãos. Nesse sentido, as atividades educativas que visam conscientizar a população sobre a importância desse ato de amor, que transforma a dor da perda em uma oportunidade de ajudar outras pessoas, se tornam mais evidentes durante a campanha Setembro Verde.
De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes, em 2019 houve 9.188 procedimentos no país, sendo 1.085 na Bahia. Esses dados revelam que muito trabalho ainda precisa ser feito, principalmente em relação à conscientização. A recusa na doação ainda é o principal obstáculo apontado pelos especialistas, sendo que a Bahia está acima da média nacional. Enquanto no Brasil, o percentual é de 43%, no estado baiano, o índice chega a 54%. São muitos os fatores identificados pela Central Estadual de Transplantes (CET), que justificam os números elevados, sendo frequente o fato de familiares desconhecerem a vontade do falecido. Portanto, para ser um potencial doador não é necessário deixar nada por escrito. Porém, é fundamental comunicar a família o desejo da doação.
De acordo com a coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do Hospital Português (CIHDOTT-HP), Dra. Raquel Hermes, as atribuições da Comissão são desenvolver ações que viabilizem a doação de órgãos e tecidos, avaliar o potencial do hospital, fornecer informações e acolhimento aos familiares do falecido, além de acompanhar o diagnóstico por morte encefálica. No entanto, para a médica, a mais desafiadora é a educação sobre doação de órgãos. “Existe uma desconfiança sobre a morte encefálica. Este diagnóstico é definido por lei e obedece critérios bem rígidos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina. Existe também o mito sobre o tráfico de órgãos. Mas, é importante saber que a retirada de um órgão e seu implante em outra pessoa de maneira que possa continuar tendo sua função é um dos procedimentos mais complexos da medicina. Cada órgão tem um tempo para ser reimplantado. E o sucesso do procedimento depende de um meio específico de manutenção e de equipe e cirurgiões habilitados”, esclarece a especialista.
O Hospital Português está inserido no Sistema Nacional de Transplante (SNT) como parceiro para mudar a vida de muitas pessoas, dando mais qualidade de vida. Conforme publicação do Registro Baiano de Transplantes, até junho deste ano o HP realizou 14 transplantes de fígado e 16 de rim.
Pandemia
Assim como em diversas áreas da medicina, a pandemia do novo coronavírus impactou negativamente com a redução do número de transplantes no Brasil e no mundo. No primeiro semestre, a queda chegou a 43% no país. Para a Dra Raquel Hermes, além do alto cuidado referente ao processo que vai da doação até o transplante, com este agravante, ainda existe a necessidade de proteção contra o vírus. “Atualmente, permanece apenas a captação de múltiplos órgãos em óbitos por morte encefálica. No entanto, foi criado um novo fluxo com realização de PCR para detecção do SARSCOV2 tanto no receptor como no possível doador. Devemos lembrar que a pessoa transplantada terá de usar medicamentos que reduzem sua imunidade, o que pode interferir negativamente no curso da Covid-19”, explicou.
A médica acrescenta que “Todos os componentes da CIHDOTT- HP estão trabalhando para atendimento aos pacientes com Covid-19 do HP, assim como a seus familiares. Porém, continuamos firmes acompanhando as publicações e determinações da Central Estadual de Transplantes da Bahia, como também as atividades sobre doação e transplante promovidas pela ABTO em seus canais. Aguardamos a implantação das recomendações para retomarmos as entrevistas para doação de córneas no hospital”, finaliza Dra Raquel Hermes.
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